Curioso para saber se havia algo de valor para deixar exposto no painel do ônibus, depois de três viagens, Rafinha, como é conhecido, abriu o envelope e teve a surpresa. “Na mesma hora fiquei preocupado em ficar com o dinheiro. Naquele momento eu já era responsável pelo dinheiro, então liguei para a empresa concorrente”, explica o motorista de ônibus. O dinheiro pertencia exatamente ao Expresso Farinha, a empresa concorrente.
Rafinha trabalha há um ano no Expresso Pinto e Palma, mas foi funcionário, durante cinco anos, da Expresso Farinha, concorrente da atual empresa. Por isso, rapidamente ele identificou os nomes dos funcionários em contracheques que estavam dentro do envelope também. Rafinha ainda encontrou vários cheques com data daquele mesmo dia. “Não passou pela cabeça ficar com o dinheiro. Dinheiro bom é aquele suado e eu sabia que mais tarde ia prejudicar esse rapaz que perdeu, que ia ter que prestar contas. Poderia até dar um problema maior para ele”, afirmou Rafinha.
– É bom saber que trabalhamos com pessoas que têm caráter e responsabilidade. Temos sempre essa filosofia: tudo que é achado dentro do carro pertence à empresa. Tudo fica aqui, à disposição para que as pessoas procurem. Temos um termo para comprovar a entrega. Neste caso, ficamos muito satisfeitos – enalteceu Daniela Jevoux, funcionária do Departamento Pessoal (DP) do Expresso Pinto e Palma.
Segundo Daniela Jevoux, as pessoas perdem muitas coisas dentro dos ônibus da empresa e, por isso, eles guardam esses objetos para entregar aos seus donos. Mas algumas coisas não são procuradas e são doadas ao bazar do Lar de Meimei ou ao Asilo da Velhice Visconde de Pinheiro, quando são roupas, por exemplo.