No dia 20 de janeiro de 1866, nascia o escritor cantagalense, Euclides da Cunha. Com fama internacional, o escritor e jornalista Euclides da Cunha, tem no seu livro “Os Sertões” considerado uma obra prima literária.
Mas em Cantagalo, mais um ano não se deve comemorar muito, já que o museu da Casa de Euclides da Cunha, mantido pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, continua fechado para o público. No governo municipal anterior e no atual, várias ações já foram feitas no sentido de municipalizar a Casa Euclides da Cunha, passando para a Prefeitura de Cantagalo a administração do museu, mas sem sucesso.
Nesta semana, o atual coordenador de museus da Fundação, Douglas Forsato esteve em Cantagalo, e acompanhado pelo Secretário de Turismo e Cultura, Cleyton Filho e o assessor de Cultura, Matheus Lucas de Arruda Câmara visitando as instalações do museu.
“A reabertura da Casa de Euclides da Cunha é uma demanda solicitada por nós, enquanto membros da Juventude Euclidiana Cantagalense e assessor Municipal de Cultura, há anos. Já tive a oportunidade de discutir sobre tal assunto com diversas autoridades, como superintendes de Museus, o ex-secretário estadual de Cultura Ruan Lira e o ex-presidente da FUNARJ. Porém, as pessoas são substituídas de seus cargos e as conversar retomam do ponto inicial”, informou Matheus Câmara.
Douglas Forsato, atual coordenador de museus da Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro, se demonstrou, em conversa durante a visita técnica ao espaço, bastante interessado na reabertura definitiva, pois é estudioso e conheceu Joel Bicalho Tostes, uma pessoa muito importante dentro do movimento euclidiano.
“Para isso, será trabalhado três planos de ações, ainda a serem discutidos com o presidente da instituição responsável e, claro, com o apoio da Prefeitura Municipal de Cantagalo”, garantiu Matheus Câmara.
Nascido em Cantagalo, Euclides da Cunha estudou na Escola Politécnica e na Escola Militar da Praia Vermelha, tornando-se brevemente um militar. Ingressou no jornal A Província de S. Paulo, enquanto recebia título de bacharel e primeiro-tenente. Em 1897, tornou-se jornalista correspondente de guerra e cobriu alguns dos principais acontecimentos da Guerra de Canudos, conflito dos sertanejos da Bahia liderados pelo religioso Antônio Conselheiro contra o Exercito Brasileiro. Os escritos de sua experiência em Canudos renderam-lhe a publicação de Os Sertões, considerado uma obra notável do movimento pré-modernista que, além de narrar a guerra, relata a vida e sociedade de um povo negligenciado e esquecido pela metrópole.
Reconhecido por seu trabalho, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1903. Viajou para a região norte do Brasil em uma campanha de demarcação de suas fronteiras, a qual chefiou. Lá, escreveu obras de denúncia e, ao voltar para o Rio de Janeiro, trabalhou no gabinete do Barão de Rio Branco.