Graduado pela Universidade Federal de Ouro Preto, em Minas Gerais, Juliano Kuster Anjos, responsável pela mineração, sistema de britagem, oficina de equipamentos off road, gestão dos custos e de pessoas, conseguiu chamar a atenção para o seu trabalho ao conseguir levar significativas mudanças ao sistema até então adotado pela fábrica da Votorantim em Cantagalo.
O trabalho proporcionou melhoria na performance da britagem de calcário, redução do consumo de energia elétrica e redução dos custos de desmonte e manutenção. Em termos técnicos, conforme relata a revista ‘Minérios & Minerales’, “o trabalho na fábrica de Cantagalo constava de um britador primário EV 2000 x 2000 FLSmith de Martelos, com capacidade nominal de 550 t/h e sistema secundário de britagem com peneiras vibratórias de 1”. Com o projeto, houve a eliminação do sistema secundário, mantendo-se a produtividade e reduzindo-se somente ao britador EV 2000 x 2000.”
Destaca, ainda, a revista, que “o projeto foi iniciado com a adequação da malha de detonação, onde era utilizada a malha de 1,80m x 3,10m, com razão de carga de 145 g/t, que gerava o volume de aproximadamente 30% de material com granulometria abaixo de 1 ½”. Com a adequação para 2,10m x 3,10m e razão de carga de 135 g/t, o volume de material abaixo de tal granulometria diminuiu para 10%. Isso possibilitou à empresa dar andamento ao estudo, pois somente 10% estavam no processo com granulometria de 1 ½”. Para alimentação dos moinhos de bola, agora se pode utilizar granulometria acima de 1 ½” entre 15% e 20%, e com a adequação do cesto de grelhas a unidade teve o ganho em consumo de explosivos, o que promoveu economia de R$ 57,8 mil ao ano.”
Ano passado, por causa da mudança, conforme aponta a revista, a fábrica conseguiu aumento do indicador de performance (OEE) de 65,53%, contra os 54,65% conseguidos em 2010. Isto representa uma melhoria de 16% nesse indicador. “Com a redução do sistema de britagem secundário, (…) a capacidade de energia elétrica instalada de 1.356,92 KW passou para 997,845 KW, ou seja, 26,46% de economia, o que representa cerca de R$ 180,594 mil de economia ao ano, além de redução no consumo de explosivos.”
Conforme apontou a revista ‘Minérios & Minerales’, “ao todo, o trabalho foi responsável por impactar positivamente no cash coast do calcário com economia total de R$ 406,394 mil, sendo o único investimento realizado a compra de um cesto de grelha no valor exato que seria gasto com o cesto de grelha com a abertura anterior, dessa forma não considerado o investimento nos cálculos finais.”
Na região, sem dúvida, o impacto da notícia foi positivo e, de acordo com especialistas, poderá servir de estímulos a outras indústrias, seja do mesmo ou de outros setores, a investirem nas ideias de funcionários, que, muitas vezes, são responsáveis por mudarem a história.