– Vocês não vão gostar do que eu vou dizer – respondeu Dilma. “Então eu vou falar uma coisa, não acreditem que vocês conseguirão resolver a distribuição de hoje para trás. Lutem pela distribuição de hoje para a frente”, afirmou a presidente, encerrando abruptamente o discurso, demonstrando irritação.
Dilma já vinha sendo cobrada pelos prefeitos desde o início, com o discurso do presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkosky. “Vejo o Congresso há anos debatendo a reforma política, há anos falando de reforma tributária e eu diria que precisamos fazer a bisavó das reformas, que é a reforma da Federação. Enquanto isso não for feito, vivemos uma espécie de estrangulamento federativo”, afirmou Ziulkosky.
Dirigindo-se à presidente, acrescentou: “tenho certeza que, como dizia o presidente Lula, “quero chegar ao final do meu mandato e passar uma fita métrica”, saber o que evoluiu, o que não evoluiu, o que não melhorou. Tenho certeza que, na sequência, a senhora também tem esse objetivo. E estamos aqui para ser parceiro, mas, para ser parceiro, às vezes precisamos dizer alguma coisa”, destacou.
Ziulkosky também cobrou a sanção do Código Florestal, tal como aprovado na Câmara dos Deputados, e questionou a distribuição dos royalties do petróleo. “Não existe município nem estado produtor. O que tem é confrontante. Duzentos quilômetros de extensão, o que aquele estado fez (para ter o petróleo)? Aquilo é nosso, da União, é de todos, não é produtor coisa nenhuma”, disparou.
O presidente da CNM questionou como está sendo feita política de construção de creches públicas no País, que estaria sobrecarregando as contas municipais. “Só nós estamos gastando. Um cálculo de um custo de R$ 600 por criança, estamos colocando do orçamento do município R$ 400. Vamos colocar por ano mais de R$ 4 bilhões, como vamos fazer isso? O que existe hoje entre estado e União é montaria, não parceria”, concluiu.