Ambientalista cobra governador a reativação da Polícia Florestal

Em carta enviada ao governador Sérgio Cabral, o ambientalista e jornalista Paulo Nunes, editor da revista Momento Ambiental, de publicação mensal e que circula nos municípios das regiões Serrana e Centro-Norte Fluminense, cobra a reativação de três Batalhões de Polícia Florestal e Meio Ambiente, desativados há pouco tempo pelo Estado: 3ª Companhia, de Campos dos Goytacazes, PPF 2/2, de Duas Barras, e o PPF 4/1, de Angra dos Reis. Além disso, ele também sugere a criação de outras unidades no estado.

Para o ambientalista, o Governo do Estado anda na contramão ao fechar essas unidades justo no momento em que o apelo em defesa do meio ambiente cresce em todo o planeta.

Na carta, Paulo Nunes destaca que “(…) os crescentes desequilíbrios ambientais e as instabilidades climáticas aceleradas pela ação humana de desmatamento, tráfico de animais silvestres, industrialização e queima de combustíveis fósseis exigirão esforços concentrados, com ações eficazes para aliviar o sofrimento produzido por essas catástrofes e desequilíbrios em nome do lucro. A possibilidade prática de o novo conceito de segurança ser considerado nos orçamentos nacionais encontra resistências, principalmente por parte daqueles grupos que se beneficiam da produção e comércio de armamento”.

O ambientalista ainda não obteve resposta do governador, mas espera que a administração estadual se sensibilize e volte atrás na decisão de desativar as unidades de polícia florestal no estado, o que, na opinião do ambientalista, desmotivou as ações de preservação e o combate aos crimes ambientais, afetando diretamente a população.

Com o fechamento do batalhão em Duas Barras, a 2ª Companhia passa a ter apenas três batalhões: a sede, em Nova Friburgo, em Santa Maria Madalena e em Aperibé. Isso para cobrir uma área de 28 municípios do estado do Rio de Janeiro.

MP investiga desativação e redução de efetivos

O Ministério Público Estadual (MP) foi acionado por diversos ambientalistas em todo o estado, por conta da desmobilização do efetivo que está ocorrendo. Além do fechamento desses batalhões, outros mais também serão fechados. Além disso, umas das críticas é o uso de 14% do efetivo (50 PMs) para segurança da casa que pertenceu ao traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, e da localidade do Laboriaux, na Rocinha (favela do Rio de Janeiro).

A promotora Rosani da Cunha Gomes instaurou inquérito para apurar o caso. Em contrapartida, a desmobilização faz parte um plano do Governo do Estado para criar o Comando de Polícia Ambiental (CPAM) e 12 unidades de Policiamento Ambiental (Upams), além de uma unidade móvel. O efetivo será direcionado para as unidades de conservação, o que é alvo de crítica dos ambientalistas, que alertam que crimes ambientais não ocorrem só nas unidades.

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