O Museu Fazenda Bom Jardim foi reaberto ao público no dia 05 de março, aniversário do município. O local, que deu nome à cidade, traz lembranças do século XIX, na era da plantação de café no Brasil.
O museu histórico ficou fechado por dois anos para readequação ao novo conceito, com mais conteúdo e recursos didáticos, e também em razão da pandemia. A visitação é gratuita. No entanto, também devido à pandemia, o espaço recebe apenas grupos pequenos, com no máximo 20 pessoas.
A Fazenda Bom Jardim foi um marco para a economia da cidade. Desde 1798 aproximadamente, o café começou a despontar na região. Mas foi a partir da instalação da fazenda, com novos maquinários e uma estrutura mais moderna para produção do grão, que a cidade se destacou no ramo cafeeiro.
Por causa da fazenda, a cidade passou a se chamar Bom Jardim e, boa parte do que se desenrolou na economia e na política do município desde a criação, está no acervo do museu.
Em cada cômodo do casarão foi criado um espaço para abordar temas específicos. Logo de cara, o visitante vai encontrar a sala do café cheia de referências sobre como começou o cultivo nas terras de Bom Jardim. Os equipamentos, ferramentas, entre outros.
Nas salas, documentos históricos, atos políticos e até a religiosidade do povo estão retratados e expostos. Tudo no interior da casa tem o objetivo de fazer os visitantes voltarem ao passado.
A sala de jantar foi reconstruída e cada detalhe remanescente foi preservado.
Em 2015, o então governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, inaugurou, no dia 15 de maio, o Museu Fazenda Luiz Correa da Rocha Sobrinho, antiga Fazenda Bom Jardim, desapropriada pelo governo do estado para construção do museu. O Estado investiu R$ 3 milhões na desapropriação e obras de adaptação para o museu.
Construído no fim do século XIX pelo “coronel” Luiz Corrêa da Rocha Sobrinho, um dos maiores plantadores de café do estado na época, o casarão é a segunda sede da então Fazenda Bom Jardim, onde foi criado o distrito de Bom Jardim que, posteriormente, se tornou cidade.
A fazenda era também um dos principais núcleos econômicos do município, uma vez que o proprietário, além de produtor, era grande comprador e revendedor de café. A sede da fazenda também já abrigou a usina e torrefação do café Luco e fábrica de vinho de laranja Lágrima de Nossa Senhora, além de sede do laboratório de pesquisa da fábrica de caramelos Buzi.
Em 19 de dezembro de 2008, houve uma conversa com o então prefeito Affonso Monnerat sobre a transferência de oito lotes “non edificantes” para a Prefeitura, ocasião em que foi comentado o interesse de negociar a propriedade com a Prefeitura.
Em 1º de outubro de 2009, o então prefeito Affonso Monnerat esteve na fazenda para informar o interesse da Prefeitura na propriedade, junto com alguns secretários. O prefeito recebeu uma proposta de venda atualizada, mas em função da calamidade ocorrida na Região Serrana, em janeiro de 2011, as negociações tiveram que ser paralisadas.
Em 30 de agosto de 2013, o prefeito Paulo Barros informou que “a propriedade seria declarada de utilidade pública, para fins de desapropriação, para a proteção do patrimônio histórico-cultural bonjardinense, considerando que a construção existente no local é o marco zero da cidade, que se desenvolveu em torno da Fazenda Bom Jardim”, o que, de fato, aconteceu em 5 de novembro de 2013, com a publicação do Decreto 2.808.
Na mesma data, foi iniciado o processo de desapropriação da sede da antiga Fazenda Bom Jardim, com a publicação do Decreto 2.808.
Em 15 de maio de 2014, foi assinada a escritura de desapropriação com a Prefeitura, depois de quase 30 anos de iniciadas as negociações, tendo sido fundamental, para isso, a determinação do ex-prefeito Affonso Monnerat e do atual prefeito Paulo Barros, que sempre tiveram esse ideal em prol da comunidade, que se alinhava com o pensamento da família.