Frizão mostra bom futebol para casa cheia na estreia
O último dia 19 de janeiro vai entrar para a história do Friburguense. Esta seria mais uma estreia em uma edição do Campeonato Carioca, não fosse o clima nostálgico vivido no Estádio Eduardo Guinle, em Nova Friburgo. Em menos de três horas, os bilhetes da promoção da Faol (empresa de ônibus local) acabaram no estande em frente à rodoviária do Centro da cidade. O restante dos ingressos esgotaram-se rapidamente e as 900 pessoas presentes cantaram, incentivaram, sofreram e, no fim, comemoraram. Como nas melhores épocas do clube, a casa do tricolor serrano virou um caldeirão. Em campo, um personagem dos mais importantes garantiu os três primeiros pontos ao time de Gerson Andreotti e teve o nome gritado pela galera: Ziquinha.
– Os torcedores estão de parabéns. Todo mundo ajudou nos momentos difíceis que tivemos no segundo tempo, quando o Bangu marcou forte e o jogo ficou igual em alguns momentos. Aí que é interessante, pois nosso time não se perdeu e continuou trabalhando a bola, virando o jogo e ficando com a posse. Foi apenas o primeiro jogo e temos tudo para melhorar – elogiou Andreotti.
A visão otimista do treinador justifica-se na atuação do Friburguense no sábado. Após sair atrás do marcador, o Frizão manteve o equilíbrio e, fortificado pelo apoio vindo das arquibancadas, buscou a virada e a vitória por 2 a 1. “Realmente, foi uma partida dificílima. Nós fizemos grandes jogos no Brasileiro, na viagem ao Japão e nos amistosos que disputamos. Mas a preocupação nossa era emocional, por ser uma estreia dentro de casa. Existe um peso. Cada um se cobra demais por sermos um time responsável. Procuramos trabalhar esse lado psicológico durante essa semana que passou. Conseguimos nos equilibrar, ficar com a bola e tivemos um volume de jogo maior que o Bangu”, analisou o comandante do tricolor da serra.
O volume de jogo citado por Andreotti foi possível devido aos poucos erros de passe do time tricolor. Com posse de bola de 60%, o Friburguense conseguiu envolver o Bangu e criou diversas chances no ataque.
– O fato de termos errado poucos passes me surpreendeu, pois pensei que erraríamos mais. Mas nosso time teve uma qualidade boa, fomos merecedores e curtimos esse momento. Mas, a partir desta segunda-feira (segunda-feira passada, dia 21), temos que começar a pensar e viver o Duque de Caxias, que sempre faz bons times”, disse.
A união entre torcida e jogadores ganhou força ao longo do tempo. Ao longo dos últimos três anos, eles defendem as cores do Friburguense e criaram um vínculo com o clube. A manutenção da base criou uma identidade, como destacou Gerson Andreotti. “O Friburguense vem com essa base e sempre repito: não aconteceu nenhuma negociação com jogadores do Friburguense e isso foi muito positivo por um lado. Mantivemos uma identidade e falei pra eles que o Carioca é um campeonato de muita mídia. É importante estarmos motivados nessa competição. Então, temos um time entrosado, harmonizado e tendemos a fazer bons jogos. Mas temos que viver jogo a jogo e esse contra o Bangu passou”, enfatizou.
Para o atacante Ziquinha, ser ovacionado pela torcida no Eduardo Guinle não é novidade: a cada gol marcado, o experiente atacante recebe o carinho das arquibancadas. Mas este, o da vitória contra o Bangu, teve sabor especial. Ziquinha revelou que até mesmo a esposa se emociona quando o seu nome é gritado. “Durante a semana, minha esposa comentou comigo que quando a torcida gritava o meu nome ela se arrepiava. Ela nunca tinha falado, foi a primeira vez enquanto estávamos jantando. Se ela se arrepia, imagina eu dentro de campo? Só tenho a agradecer o carinho da torcida comigo e com todo o time e fazer o mínimo para corresponder”, disse.
O Friburguense está empatado, com três pontos, com Botafogo, Vasco e Volta Redonda, mas saldo de gols inferior.