O cidadão brasileiro é favorável à penalização para quem joga lixo nas ruas do país, mas diz que, mais importante que multar, é oferecer à população campanhas permanentes de educação e levar às escolas mais educação ambiental. A conclusão é do fórum on line ‘Lixo e Multa’, promovido no site da Rede Mobilizadores Coep entre 15 e 19 de julho.
O objetivo do fórum on line ‘Lixo e Multa’ foi ouvir a opinião das pessoas sobre a iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro que irá punir, a partir de agosto, por meio do programa Lixo Zero, aqueles que sujarem os espaços públicos da cidade. “A limpeza das cidades passa, antes de tudo, pela educação, algo que deveria estar acontecendo há décadas. Logo, a educação deve estar em primeiro lugar. A multa, ou qualquer medida coerciva, devem complementar o processo educativo. Feito desse modo, a multa seria um lembrete para aqueles que, por algum motivo, se esqueceram da lição de casa”, escreveu Adílson Miranda, da Universidade Católica de Brasília (DF).
– Infelizmente, o método de cobrança é o recurso mais eficiente para chamar a atenção no processo de educação ambiental. Mas deve andar junto a outras estratégias que exigem muito investimento, como campanhas de educação ambiental, infraestrutura, capacitações, organização de cooperativas de catadores e recicladores, monitoramento das cadeias do Pet, vidro, osso, lã, apoio em iniciativas de economia solidária, entre tantas outras atividades que caminham junto com o simples ato de colocar o lixo no lixo – opinou Diná Bandeira, secretária executiva do Coep no Rio Grande do Sul.
Para Denis Marto, da Associação Barco Escola da Natureza, do município de São Paulo, o fundamento dessa mudança de atitude é a educação ambiental, de forma a conscientizar a população a respeito dos prejuízos provocados à natureza pelo simples ato de deixar ou depositar seus resíduos de forma irregular seja onde for. “É muito difícil fazer com que uma cultura de 500 anos de descaso com essa questão seja mudada apenas com a aplicação de multas”, disse. E completa: “cabe aos representantes da sociedade civil, às administrações públicas, o planejamento de uma gestão ambiental mais adequada quanto aos resíduos sólidos, sendo que programas e projetos voltados à conscientização crítica quanto à situação ambiental sejam priorizados antes das punições”, disse Denis Marto.