Trabalho divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, ao longo do período 1980/2010, a esperança de vida do brasileiro recém-nascido cresceu, em média, quatro meses e 15 dias por ano. Também mostra, ao lado de avanços como o aumento do tempo de vida das mulheres e da expansão da sobrevida dos idosos, os limites impostos a esse processo, sobretudo pela violência urbana, causa da grande quantidade de mortos entre homens jovens, com ênfase na faixa de 20 a 24 anos.
Em 1980, quem atingisse essa idade no País poderia esperar viver mais 16 anos, quatro meses e seis dias; em 2010, essa sobrevida se alargara para 21 anos, sete meses e seis dias, mais quatro anos, oito meses e 15 dias. O Centro-Oeste foi a região com maior ganho relativo de sobrevida nessa faixa. Lá, quem fizesse 60 anos em 1980 poderia esperar viver mais 15 anos, 11 meses e 19 dias. Em 2010, esse período se ampliara para 20 anos, dez meses e 27 dias – uma expansão de quatro anos, 11 meses e oito dias. Entre os estados, o líder nesse quesito foi o Espírito Santo, cujos sexagenários ganharam, de 1980 a 2010, seis anos, nove meses e 18 dias de expectativa de vida, tendo passado de 16,39 para 22,47 – 22 anos, cinco meses e 19 dias, a maior sobrevida para recém-sexagenários entre os estados brasileiros.
A sobre mortalidade masculina em relação à feminina (probabilidade de um homem morrer em relação a uma mulher) continuou marcante em 2010, tendo aumentado em relação a 1980. “Atinge o máximo no grupo de 20 a 24 anos, onde a probabilidade de um homem de 20 anos não atingir os 25 anos é 4,4 vezes, maior do que esta mesma probabilidade para a população feminina”, diz o estudo. “Entre 1980 e 2010, com exceção dos menores de 1 ano, todos os grupos de idade apresentaram aumento neste indicador. O grupo de 20 a 24 anos foi o que apresentou o maior acréscimo relativo (115,6%), passando de 2 para 4,4 vezes (…).” Segundo o trabalho, o Rio de Janeiro, que liderava nesse quesito (com 3) em 1980, “cedeu” o lugar para Alagoas (com 7,41), em 2010. No ano inicial da série, o indicador de 1,65 de sobre mortalidade masculina dos alagoanos estava entre os mais baixos do País. Seu aumento absoluto foi de 5,8 vezes, e relativo, 348,3% – os mais altos para o período.
Os fluminenses também tinham a maior diferença de mortalidade entre os sexos (em 1980 as mulheres viviam 7,9 anos mais que os homens no estado), mas, em 2010, esse primeiro lugar passara para Alagoas, onde o sexo feminino tinha sobrevida de nove anos, quatro meses e 13 dias a mais que os homens. Atrás dos dados, a violência urbana, que atinge mais fortemente os homens jovens no Brasil.
O estudo constatou, também, que, em 2010, havia 449.129 habitantes do Brasil com 90 e mais de idade.