O palestrante, Artur Chinelato, é agrônomo e trabalha na Empraba desde 1995. Ele coordena o projeto Balde Cheio, que completou 15 anos e atua em praticamente todo o país, com quatro mil propriedades assistidas, 600 técnicos em treinamento, isso em 710 municípios. “[O Balde Cheio] é um projeto de capacitação de técnicos que utiliza uma propriedade como se ela fosse uma sala de aula prática”, explicou Chinelato, que é mestre em Nutrição Animal e Pastagens pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz e doutor em biologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Perguntado sobre o segredo do sucesso com o programa, Chinelato afirmou: “o detalhe é acreditar que qualquer propriedade pode ser viável. Fomos em uma que tem oito hectares em Santa Maria Madalena e não se encontra mil metros quadrados de área plana. Dos 80 mil metros quadrados que tem a propriedade, não tem nem mil planos. E todos os vizinhos e parentes do produtor falam o seguinte: aqui, você não tira 20 litros de leite por dia. Dois anos depois, ele já está com 60 e quer chegar a 200 litros de leite por dia”, garantiu o agrônomo.
Presente ao evento, os produtores tiveram muito a aprender. Um deles, Gilberto Espíndola Cunha, produtor rural há 30 anos, tira, em média, mil litros de leite em Macuco. Ele destacou a melhora da qualidade de vida de quem trabalha no campo. “Melhorou mil por cento em tudo. Isso mesmo que estamos tendo aqui, agora, nós nunca tivemos. E outras coisas que a cooperativa oferece foram muito boas: o tanque de coleta, no preço da ração, entre outras coisas”, enalteceu.
Para o presidente da cooperativa, Sílvio Marini, o projeto é fundamental, tento em vista que 70% dos cooperados são pequenos produtores, que buscam alternativas para aumentar a produtividade em pouco espaço. “É a terceira vez que ele [Artur Chinelato] vem a Macuco. A primeira vez foi logo quando assumimos a cooperativa, e isso mudou o perfil do produtor na região. Além disso, o Balde Cheio veio para viabilizar a produção de leite no estado do Rio, principalmente reduzindo custo e evitando o uso de concentrados, que está muito longe da gente aqui. Milho, soja, por exemplo, nós não produzimos no estado do Rio. Então, o programa, que visa principalmente o gado, o pastejo do animal, divisão e adubação de pastagem, com redução de custo. Isso foi muito bem-vindo à nossa região” explicou Marini.
Hoje, a Cooperativa Agropecuária de Macuco tem mais de mil associados ativos e com uma produção crescente. Segundo Marini, “hoje, estamos presentes em 24 municípios e vamos ampliar essa abrangência. Queremos ir para a Região Noroeste, ir mais para o Sul do estado, coletar leite e vender nossos produtos. A intenção da cooperativa é estar presente em todo o estado do Rio de Janeiro”. Dentro desse cenário, a empresa fatura próximo a R$ 100 milhões por ano, com meta de alcançar os R$ 150 milhões ao final do ano que vem.
Ao falar sobre o evento, o prefeito de Macuco, Félix Lengruber (PMDB), afirmou que “Macuco é um município de vocação, basicamente, agropecuária. A cooperativa é patrimônio do município. Há décadas atuando, move a economia local, gerando mais de 150 empregos diretos. Macuco, hoje, sem dúvida nenhuma, é a capital do leite no estado. Aqui, há o beneficiamento de mais de 300 mil litros de leite por dia. O Governo do Estado reconhece tanto isso que Macuco sedia, este ano, três grandes eventos voltados à agropecuária – o Rio Genética, o Rio Leite Serrano e a Exposição Agropecuária”, disse Lengruber.
Estiveram presentes o coordenador do programa, Maurício Sales; o vice-prefeito Marcelo Mansur (PSB); o vereador Cássio Daflon (PDT); o secretário de Agricultura, Arnaldo Boaretto; o subsecretário de Agricultura, Gilberto Espíndola; o secretário de Administração, José Nicodemos; o secretário de Meio Ambiente, Edwand Júnior; o secretário de Esportes e Lazer, Diogo Latini entre outros.