Lançado, em Macuco, Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural

Sicar permitirá maior segurança jurídica para os proprietários rurais e recuperação florestal

Quinta-feira, 31 de outubro, foi lançado o Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar), pela ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, no Parque de Exposições Egard Rodrigues Lutterbach (Macuco Rural Park), em Macuco.

O Sicar é parte integrante do processo de implantação da Lei 12.651/2012, que institui normas gerais para a proteção da vegetação, áreas de preservação permanente e de reserva legal e a exploração florestal etc. A solenidade aconteceu durante a realização do IX Rio Leite Serrano, promovido pela Secretaria de Estado de Agricultura, através da Emater-Rio (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do  Estado do Rio de Janeiro).

A lei fomenta a regularização ambiental dos imóveis rurais, incentivando a recuperação das áreas ambientalmente mais relevantes, concedendo segurança jurídica ao proprietário/posseiro para que possa continuar exercendo suas atividades econômicas nas áreas consolidadas.

Na avaliação do secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Programa Rio Rural está em consonância com os parâmetros adotados pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR).

– Através do Plano Individual de Desenvolvimento (PID), cada produtor rural passa a adotar práticas de produção sustentável e preservação ambiental, iniciando o processo de adequação de sua propriedade. O PID e o CAR são ferramentas que se complementam, possibilitando alavancar os resultados desse levantamento em curto prazo – prevê Christino Áureo.

Prefeitos da região prestigiam o IX Rio Leite Serrano

Evento, realizado em Macuco, reforça a importância dos produtores de leite. Discussões sobre tecnologias e novas formas de manejo beneficiam produtores em geral

Que Macuco, hoje, tem papel relevante na produção leiteira, ninguém duvida. A exemplo disso, foi realizado na cidade, com adesão de municípios vizinhos, mais uma edição do Rio Leite Serrano. O produto é uma das principais fontes de renda dos produtores rurais, e muitos destes produtores são membros da Cooperativa Agropecuária Regional de Macuco. Dessa forma, o leite torna-se um elo que liga intimamente toda a área da Região Centro-Norte Fluminense em um interesse.

Por conta disso, o prefeito Félix Lengruber (PMDB) não perdeu a oportunidade de agradecer aos prefeitos dos municípios vizinhos, que reconhecem a importância de Macuco, com sua cooperativa agropecuária, para a pecuária leiteira em todo o estado do Rio de Janeiro.

Enquanto isso, Carmod Bastos (PT), prefeito de São Sebastião do Alto, elogiou o evento. “É um evento muito bom, de muita informação para os produtores, que fortalece a produção. E Macuco também tem uma estrutura para receber esse vento, então, ficamos muito contentes. Os produtores de São Sebastião do Alto ficam confortáveis aqui”. Para o prefeito, isso tudo acontece para que venha a estreitar os laços entre os produtores, permitindo que eles exponham suas necessidades às autoridades competentes e interessadas no desenvolvimento da pecuária leiteira em todo o estado.

Saulo Gouvêa (PT), prefeito de Cantagalo, também elogiou muito o evento e a Cooperativa de Macuco, assim como o Governo do Estado. A lamentar, só o fato do fechamento da Cooperativa de Cantagalo por conta de dívidas da instituição. O prefeito lembrou que sua gestão já realiza um projeto de inseminação artificial para melhoria genética do rebanho dos produtores locais. Saulo ainda lembrou que já conseguiu, em pouco tempo, liberar a saibreira, que está sendo útil para recuperação das estradas de terra. “Todos sabem que em Cantagalo temos 1,2 mil quilômetros de estradas vicinais que nos últimos tempos ficaram totalmente abandonadas. Desde o início do nosso governo estamos prestigiando os produtores rurais. Já patrolamos e ensaibramos mais de 600 km de estradas e continuamos no trabalho”, destacou.

Já o vice-prefeito de Macuco, Marcelo Mansur (PSB), destacou o papel do município na vocação leiteira regional. “Já tivemos a inscrição de mais de 400 produtores e, para nós, é um prazer muito grande, pois fortalece Macuco como grande polo da produção de leite no estado do Rio do Janeiro. Então, cada vez mais que trazemos eventos dessa magnitude para o município de Macuco, consolidamos nossa posição de líder da beneficiamento de leite in natura no estado”, disse.

Na solenidade de abertura, o secretário da pasta, Christino Áureo, destacou a importância da série de encontros, promovidos em todo o estado, para o fortalecimento da atividade leiteira. “Estamos trabalhando para que o Rio de Janeiro consolide sua marca, mostrando ao país que é possível produzir com qualidade, respeitando o meio ambiente. Incentivamos o aumento da produção leiteira para atender ao nosso mercado consumidor, com a adoção de práticas sustentáveis”, frisou.

Para o produtor Tadeu Leite, de Santa Rita da Floresta, em Cantagalo, que também é vereador no município pelo PSB, as palestras reúnem conhecimentos sobre novas tecnologias. Ele participou de quatro edições do Rio Leite. “Tudo que aprendo aqui procuro levar para o meu dia a dia na propriedade, buscando aumentar a produção e melhorar a renda da minha família. São oportunidades para encontrar outros produtores e trocar ideias”, contou Tadeu Leite, que produz 23 mil litros de leite/mês, entregues à Cooperativa Agropecuária de Macuco.

A relação qualidade e melhor remuneração pelo produto é, para Marcos Tadeu Erthal, vice-presidente da Cooperativa de Macuco, uma das grandes conquistas do Rio Leite. Maior cooperativa do estado, é responsável pela captação de leite em 25 municípios fluminenses. “Hoje, o produtor está antenado com as tecnologias que podem lhe trazer benefícios. Neste contexto, todos saem ganhando” contou Marcos Tadeu Erthal.

Painéis reúnem conteúdo relevante para os 500 produtores rurais presentes

Produção sustentável e melhora da qualidade do leite foram focos das palestras

Os cerca de 500 produtores rurais que estiveram presentes ao IX Rio Leite Serrana foram atrás de um item indispensável para qualquer atividade: informação. E esse conhecimento sobre técnicas e atividades que ajudem a melhora da qualidade do leite foi passado por quatro palestrantes altamente qualificados. A principal questão da melhoria da qualidade, segundo o conteúdo passado pelas palestras, passa por uma produção sustentável do leite.

No primeiro painel, intitulado ‘Ações de Assistência Técnica e Extensão Rural sobre a Qualidade do Leite’, que foi ministrado por Flaviano Leal de Souza, da Emater-Rio (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio de Janeiro). O palestrante destacou questões para o manejo sustentável.

No Painel II, intitulado ‘Manejo de Dejetos Orgânicos na Recuperação de Solos para Produção de Forrageira’, o palestrante José Nestor de Souza, da Emater-Rio, falou sobre o reaproveitamento de um recursos natural da pecuária. Essa ação pode transformar os dejetos orgânicos em esterco para melhorar a qualidade e quantidade dos nutrientes no solo, permitindo, assim, uma melhor alimentação do gado e aumento da produtividade com redução de gastos e menor grau de poluição das fontes de água com dejetos provenientes da atividade de pecuária leiteira.

Essa atenção é necessária, pois, em um sistema natural, o ciclo dos nutrientes ocorre decomposição vegetal e, em um agrossistema, esse processo deve ser controlado pelo produtor rural.

Já a palestrante Mônica Mateus Florião, da Pesagro-Rio (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro), falou aos produtores rurais no painel III, intitulado ‘Saúde do Rebanho Bovino Leiteiro sob Sistema Orgânico de Produção’. Mônica falou sobre a importância da sanidade do rebanho para o sistema orgânico de produção.

No painel IV, o tema foi ‘Influência das Práticas de Ordenha sobre a Qualidade do Leite’, com Guilherme Nunes de Souza, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que falou sobre questões como sala de ordenha, as instalações e os equipamentos, entre outras coisas relevantes para melhoria da qualidade do leite. A sala de ordenhas permite maior qualidade do trabalho na ordenha e a inserção das mulheres nesse setor da produção leiteira.

A melhoria da qualidade do leite traz benefícios para o produtor (diminui as perdas na produção; pode exigir um preço melhor pelo produto; menos gastos com medicamentos no rebanho; valorização dos animais), para a indústria (diminui o custo industrial; aumenta o tempo de prateleira dos produtos; melhora a qualidade dos produtos; rendimento industrial maior; possibilidade de abertura de novos mercados), e para o consumidor (maior segurança do alimento consumido; melhoria na qualidade dos produtos; maior variedade de produtos ofertados).

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