Um encontro da equipe responsável pelo monitoramento participativo de qualidade da água dos corpos hídricos, em Trajano de Moraes, esteve reunido e, na pauta, a decisão de se criar uma proposta de atenção redobrada para os pluviômetros instalados em diversos pontos no município.
O monitoramento participativo de qualidade da água do Rio Macabu está cada vez mais fortalecido com as coletas e análises da água nos 11 pontos escolhidos, desde o Alto Macabu até a Amorosa. Elas estão mostrando, por meio dos resultados obtidos nos parâmetros observados, as alterações da água e caracterizando a fauna e a flora local. Em três meses de trabalho, foram registradas grandes mudanças de temperatura nos mil metros de altitude que separam o primeiro do último ponto.
Em paralelo, nove pluviômetros foram colocados na extensão territorial. Esses aparelhos meteorológicos são usados para recolher e medir, em milímetros lineares, a quantidade de líquidos ou sólidos – chuva, neve, granizo – precipitados durante um determinado tempo e local. Esta é uma prática antiga, porque eles têm grande relevância em áreas como agricultura, meio ambiente, saúde pública, construção civil, dentre outras.
Apesar da sua importância, ainda existe uma carência de entendimento da população sobre o tema, o que motivou esta reunião da equipe parceira do projeto de monitoramento participativo. Os aparelhos, que estão distribuídos estrategicamente, servirão de base para comparar as variações dos parâmetros analisados, que poderão contribuir com estudos dos órgãos competentes e serão, ao mesmo tempo, meio de informação rápida para população residente nessas localidades.
Para o projeto de monitoramento participativo, esta última função dos pluviômetros talvez seja a mais importante, por ser uma forma da própria comunidade ter consciência dos riscos em permanecer em áreas vulneráveis às tragédias naturais. A presença dessas ferramentas nas localidades também é uma forma de conscientizar as pessoas sobre comportamentos inadequados, como por exemplo, lixo fora do lixo, porque a chuva leva os materiais soltos, gerando barreiras mais abaixo, acarretando prejuízos em outros lugares. E, mais ainda, é fundamental porque todos poderão saber o período mais favorável para plantio ou fazer alguma proteção a fim de não perder a safra ou a criação em momentos de crise. Bastará querer.
Lembrando que Trajano é um município agrícola. Este equipamento de medição utilizado pelo Programa Rio Rural é simples, com custo baixo, mas é eficaz, diz Rita de Almeida. E alerta: um pluviômetro é um coletor de água, mas nem todo coletor é um pluviômetro. Ele tem proporções perfeitas para gerar resultados em medidas com valores universais.
Na reunião, a secretária municipal de Educação, Rosseline Almeida de Carvalho, ressaltou a importância da conscientização de toda a comunidade, sejam integrantes das escolas, pais, alunos, produtores rurais e a comunidade em geral, para a observação destes pluviômetros instalados.
Por conta dessa preocupação, a secretaria de Educação fará um projeto específico, no âmbito da rede municipal de ensino, contemplando este tema. Já Rita de Almeida, do Rio Rural, esclareceu que, até agora, foram instalados três aparelhos em propriedades rurais e seis em escolas, justamente para compartilhar esta responsabilidade, afinal o patrimônio cultural em questão é de todos.
Renata Heizer, do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro, disse que estas ações visam preparar o município para as possíveis chuvas fortes de verão, aquela que leva prejuízo aos agricultores. “Pedimos que todos possam observar os níveis de água da chuva, através dos pluviômetros. Este é um hábito que precisamos criar em nosso próprio favor. É melhor conhecer e prevenir do que fazer uma força tarefa contabilizando perdas”, analisou.