Mundo virtual, consequência real

*Marcos Espínola

O universo da internet tem seus benefícios. A grande rede mudou as relações, globalizou o planeta. Mas, como tudo, há sempre o lado ruim. Enquanto mentes brilhantes contribuíram com a evolução tecnológica, focando no bem coletivo, outras mentes não menos capazes preferem se dedicar ao desenvolvimento de vírus e aplicativos que em nada contribuem para a sociedade, pelo contrário, podem trazer sérias consequências reais.

O mais novo modismo virtual que logo se torna mania, principalmente entre os jovens, é o Lulu, restrito ao público feminino. Com ele, as mulheres podem avaliar os homens. Uma nova “febre” que já causa polêmica, pois, basta estar nas redes sociais para ser alvo fácil dessa análise nem sempre generosa.

A invasão de privacidade tão discutida nesse início de século XXI, quando somos monitorados por câmeras, e-mails, telefones, etc., fica sempre mais evidente a cada nova invenção. No entanto, a Constituição brasileira nos garante o direito de preservar nossa intimidade e a exposição de um cidadão, cuja atividade profissional não o caracteriza como pessoa pública, pode sim se caracterizar como violação de privacidade. Cabe a discussão, pois quem se sentir lesado pode buscar a reparação via justiça, seja por difamação, crime contra a honra, entre outros. Não quer dizer que seja causa ganha, mas é viável.

O ideal é que a sociedade atual, privilegiada por tanta tecnologia e informação, se conscientizasse da perda de tempo que é utilizar de todos esses mecanismos para ferir alguém. Não bastasse a distância imposta por esses canais virtuais, o cúmulo é, ainda assim, utilizá-los para disseminar o mal. Um mal virtual, mas com impacto real.

*Marcos Espínola é advogado criminalista.

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