Em outro caso, os bandidos ligaram ameaçando a pessoa por telefone, dizendo que iria matar sua filha se o dinheiro não fosse depositado, mas os bandidos deram um furo muito grande, pois esta pessoa é solteira e não tem filhos. Ele desligou o telefone e ainda riu da atitude dos ladrões.
A polícia tem dificuldade de prender os meliantes, pois, quase sempre, a ligação é feita por telefone celular, e acredita-se, também, que são de pessoas que estão presas nos presídios em várias cidades do país.
Os cuidados ao receber este tipo de ligação, demonstrando bastante tranquilidade, é fundamental para que faça nenhum depósito de dinheiro nas contas fornecidas pelos bandidos.
A modalidade – em que presidiários munidos de celular extorquem pessoas de boa-fé convencendo-as de que têm em mãos seus filhos ou cônjuges – disseminou-se por todo o país nos últimos meses. Em 2006, só nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília, quase dez mil pessoas declararam à polícia terem sido vítimas do golpe.
O disque-sequestro teve origem na Penitenciária Carlos Tinoco da Fonseca, em Campos, no Rio. Em sua versão primitiva, presos convenciam as vítimas de que elas haviam sido sorteadas em promoções de empresas. Para receber supostos prêmios, como TVs e DVDs, elas deveriam comprar cartões telefônicos de celulares pré-pagos e repassar os códigos para seus interlocutores.
Mais de 90% das ligações de disque-sequestro continuam partindo do interior de presídios – a maior parte deles localizados no Rio de Janeiro.
Para conseguir os números das vítimas, os presos se valem de listas telefônicas, agendas de telefones celulares roubados e números anotados atrás de cheques igualmente roubados.
Além de Carlos Tinoco, as cadeias mais ativas são o complexo de Bangu e o presídio Evaristo de Moraes. Delas se irradia grande parte dos golpes aplicados no país inteiro.