Acessibilidade

Acessibilidade significa não apenas permitir que pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida participem de atividades que incluem o uso de produtos, serviços e informações, mas a inclusão e extensão do uso destes por todas as parcelas presentes em uma determinada população visando sua adaptação e locomoção, eliminando as barreiras. Mas observamos que os espaços estão cada vez mais reduzidos em nossas calçadas, onde mesas e cadeiras, automóveis e produtos diversos diminuem essa acessibilidade. De que adianta construir rampas, passarelas, corrimãos se os acessos, se os passeios estão bloqueados.

Na arquitetura e no urbanismo, a acessibilidade tem sido uma preocupação constante nas últimas décadas. Atualmente, estão em andamento obras e serviços de adequação do espaço urbano e dos edifícios às necessidades de inclusão de toda população, visando eliminar os obstáculos existentes ao acesso, modernizando e incorporando as pessoas ao convívio social, possibilitando o ir e vir.

Estamos assistindo que a quantidade de veículos automotores mais que duplicou em nosso país, e os municípios têm a necessidade de se adequarem a esses novos tempos, a essa nova realidade. As ruas das cidades mais parecem um grande estacionamento que vias de circulação de veículos e, de um jeito ou de outro, estes estão também prejudicados em sua acessibilidade, pois sua locomoção está cada vez mais difícil, porque as vias públicas são ainda do tempo em que carro era privilégio de poucos. E na contramão de tudo isso, o mercado apresenta, a cada ano, novos modelos, máquinas elegantes e inteligentes, fazendo deles cada vez mais automatizados e, consequentemente, automatizando o homem. Existem programas de televisão voltados para aquelas máquinas e até desenhos infantis dando-lhes ações humanas. Nos dias de hoje, até os carros de bebês têm formatos veículos.

O ser humano parece pensar pouco e não sabe usar a máquina que possui de maneira inteligente. Assim, vai perdendo espaço, invadindo os espaços dos outros, provocando acidentes e engarrafamentos imbecis em feriados, em fins de semana prolongados, quando todos saem à mesma hora para o mesmo local. E o governo vê na produção de veículos uma maneira eficaz de manter empregos e melhorar seus índices, pouco se importando com a qualidade daquilo que é fabricado e se os municípios estão ou não preparados para essas demandas.

Governar é olhar para a frente. Mas parece que a visão de nossos governantes está embaçada, ou viram a cabeça fingindo não ver aquilo que é público e notório: a falta de respeito para com o passeio público.

Acessibilidade também faz parte de um meio ambiente sadio.

*Plínio Teixeira de Araújo é servidor da Prefeitura de Cordeiro.

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