Com o coração em júbilo e imensamente feliz, parabéns a toda a equipe do JORNAL DA REGIÃO pela publicação do caderno em homenagem aos 200 anos de minha querida terra natal. Acrescento que sua matéria, bastante histórica, é, também, altamente elucidativa.
Tomo a liberdade, para que não se cometa injustiça, fazer um breve reparo. Ao ler o setor em que fala sobre “hinos” (página 25), deparou-se-me a Marcha de Cantagalo tendo como autores: letra, Biju (?).
Vai o meu esclarecimento.
Biju, ou seja, José Luiz de Oliveira, era trombonista da Sociedade Musical 15 de Novembro, na qual, fomos companheiros por algum tempo. Foi, também, atleta do Cantagalo Esporte Clube: era o pai de Isis e Luma de Oliveira, residia na Rua do Rosário.
Lá também morou Astolpho Barroso Pinto, a Rogéria.
O verdadeiro autor da letra é “JUJU”, pistonista da Orquestra Continental de Nova Friburgo.
Faço um breve relato:
O dia 31 de dezembro, em Cantagalo, era comemorado, com baile, no fórum, quando eram tocadas músicas românticas. Ao chegar à meia-noite, a orquestra tocava a célebre música ‘Zé Pereira’ e o baile prosseguia com músicas de Carnaval.
Em certo 31 de dezembro, o baile foi abrilhantado pela Orquestra Continental, de Nova Friburgo. Como de hábito, ao chegar à meia-noite a orquestra deveria tocar ‘Zé Pereira’, mas tocou a ‘Marcha de Cantagalo’, que passou sem maior repercussão entre os cantagalenses.
Certa vez, estando eu, como de hábito, no inesquecível Bar do Bilé, chegaram Juju, pistonista, e Pastel, pianista, da Orquestra Continental, esses os reais autores da Marcha de Cantagalo.
Após longo bate-papo, veio algo sobre essa música e Bilé, nosso imortal seresteiro, pediu que fosse passada a sua letra, o que foi feito numa folha de papel usada para embrulhar pão.
Essa música passou a ser cantada no bar do Bilé; depois, Zé Vieira a levou para seu conjunto, que tocava nos bailes de Carnaval, ficando conhecida por todo o povo cantagalense, sendo, por muitos, confundida com o hino de Cantagalo. Algum tempo depois, mostrei-a a Seu Carlinhos Pereira, que fez um arranjo para a Sociedade Musical 15 de Novembro. Recordo-me, ainda, que, na partitura para sax alto, escrevi, no verso, a letra da música (não sei se ainda existe essa partitura”.
Eis minha contribuição. Mais uma vez, parabenizando-o pela brilhante edição: JORNAL DA REGIÃO – Cantagalo 200 anos.
Luís Adalto Vieira