Animais têm sido vistos em Cantagalo, São Sebastião do Alto e Trajano de Moraes
Moradores do bairro Quinta dos Lontras, em Cantagalo, têm se assustado com os gritos de macacos barbados nos finais de tarde. Também conhecidos como bugios, eles têm aparecido em grupos. Segundo a moradora Emanuele Zanon, os gritos são assustadores, apesar dos animais não demonstrarem sinais de agressividade.
O fato se repete, segundo outras testemunhas, de uma forma constante, não só em Cantagalo, mas em Trajano de Moraes e em São Sebastião do Alto, pelo menos. Muitos moradores acreditam que, neste período de seca, com a escassez de alimentos, eles se aproximem das casas em busca de comida.
O BUGIO – Ruivo, bugio-marrom ou, simplesmente, bugio (nome científico: Alouatta guariba) é uma espécie de primata das Américas que habita o leste e sudeste do Brasil e a província de Misiones, na Argentina.
A coloração consiste de um castanho escuro, com região lombar variando de uma tonalidade ruiva a alaranjada, sendo machos e fêmeas semelhantes. Sua área de distribuição pode se sobrepor com a do bugio preto, o que permite a existência de prováveis híbridos entre as duas espécies. Entretanto, estudos moleculares demonstram que o bugio ruivo é mais próximo evolutivamente do bugio de mãos ruivas, tendo se separado dessa espécie há cerca de quatro milhões de anos.
Os bugios são majoritariamente folívoros, comendo outros itens alimentares de forma casual. Entretanto, há uma grande seletividade nas espécies de plantas consumidas por esses primatas. Cerca de três quartos da dieta é composta por folhas, sendo que cerca de 41% dessas provêm de lianas, e, como mostrado em estudos, na Mata de Santa Genebra, em Campinas (SP), mais da metade da dieta provém de apenas de seis espécies.
Como os outros integrantes do gênero Alouatta, o bugio ruivo emite vocalizações em contextos de territorialidade. Cerca de 92% das vocalizações se dão em momentos de contato visual com outros grupos, conforme apontam as observações.