Igreja Luterana de Nova Friburgo comemora 190 anos

Um ciclo de palestras foi programado para marcar a data

A Igreja Evangélica de Confissão Luterana de Nova Friburgo completou 190 anos em maio deste ano. Sua história, rica em arte e cultura, se confunde com a história de Nova Friburgo. A fundação da igreja se deu logo com a chegada dos colonos alemães. O objetivo era liderar espiritualmente as pessoas, pregar a esperança e fazer a mediação entre a colônia e os departamentos governamentais.

Os cultos da Igreja Luterana mudaramA desde sua fundação, porém há uma liturgia padrão que persiste até os dias atuais. Em Nova Friburgo, além dos cultos, são oferecidas, também, outras atividades abertas à comunidade. E, para dar sequência aos eventos comemorativos pelos 190 anos, será realizado um ciclo de palestras sobre a história de Nova Friburgo, a ser ministrado por pesquisadores de renome na região.

No último dia 5, o historiador e professor Jorge Miguel Mayer proferiu palestra sobre ‘Cotidiano e Religiosidade na Colônia de Nova Friburgo’. Nesta sexta-feira, dia 12, será a vez de João Raimundo de Araújo, também historiador e professor, que fará palestra sobre ‘A industrialização em Nova Friburgo’.

No dia 19, Maria Janaína Botelho Corrêa, mestre em história, docente e colunista explanará sobre ‘O Clima de Nova Friburgo: um Ator Histórico”. E, encerrando mais uma etapa das comemorações pela data, no dia 26, Ricardo da Gama Rosa Costa, historiador, professor e autor de diversos artigos e livros, realizará palestra sobre ‘Cotidiano e Política no Entreguerras’.

Todos os encontros acontecerão às 19h30min., no Salão Social da Igreja Luterana de Nova Friburgo, localizada na Avenida Doutor Galdino do Valle Filho, 01, Centro. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (22) 2522-3442.

MAIS ANTIGA DO BRASIL: Ao longo da história brasileira, sempre houve a presença de pessoas que tinham vinculação com a fé evangélica. Em Sorocaba (SP), foi criado o primeiro cemitério protestante por ocasião da implantação da primeira siderúrgica brasileira por parte da família real em 1811.

A organização comunitária deu-se apenas com o advento do Império. Havia, porém, grandes restrições. O parágrafo quinto da Constituição dizia: A religião católica apostólica romana continuará a ser a religião do Estado. Todas as demais religiões serão toleradas, em casas para tanto destinadas, sem qualquer forma exterior de templo. Isso queria dizer que não eram permitidos torre, cruz, sino, enfim, nada que lembrasse igreja.

As dificuldades também se refletiam na vida civil e familiar, como nos matrimônios, batismos e funerais. Dentro deste cenário, surgiram e se desenvolveram as primeiras comunidades. Em 3 de maio de 1824, um grupo de imigrantes alemães evangélicos chegou a Nova Friburgo e um outro aportou em São Leopoldo (RS), em 25 de julho do mesmo ano. As duas comunidades tiveram a assistência de pastores contratados pelo governo brasileiro. Isso foi caso único, pois, com a expansão e crescimento de novas comunidades, isso não mais se repetiu.

O desenvolvimento da igreja evangélica acontece conjugado ao assentamento de novos imigrantes. Estes foram assentados nas três províncias do sul do Brasil: Rio Grande, Santa Catarina e Paraná. Mas houve grupos menores, que foram estabelecidos em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e no Espírito Santo. No Rio, a capital do império, a comunidade evangélica foi fundada em 1827. Em Santa Catarina, as primeiras comunidades surgiram em Blumenau (1850) e em Dona Francisca (Joinville) (1851).

Nos primeiros 40 anos, as comunidades evangélicas, que, mais tarde, viriam a formar a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, estavam bastante abandonadas. Organizavam suas comunidades sem muitas formalidades. De simples cultos domésticos evoluíram depois para comunidades, elaborando seus estatutos e elegendo as diretorias. Nas comunidades conviviam inicialmente luteranos, reformados e unidos.

Não podendo construir locais de culto com aspecto de igreja, as comunidades construíram escolas, usando-as para os cultos. A falta de pastores fez com que as comunidades escolhessem entre os seus membros pessoas com melhor formação para exercer o magistério e o ministério pastoral.

Esse processo perdura até 1864, quando começa, de forma mais regular, a chegada de pastores da Alemanha. Eles são enviados pela Igreja Evangélica da Prússia, pela Sociedade Missionária de Basiléia (Suíça) e pela Sociedade Evangélica para os Alemães Protestantes na América, de Barmen (Alemanha). Até o final do século 19, há inúmeras comunidades espalhadas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.

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