Novembro é mês de vacinar animais contra a febre aftosa

Os pecuaristas fluminenses têm um importante compromisso com a sanidade de seus rebanhos. Teve início a segunda etapa anual de vacinação contra a febre aftosa. Nesta campanha, que vai até o dia 30, deverão ser imunizados todos os bovinos e bubalinos (búfalos) com até 24 meses de idade. O estado do Rio de Janeiro é considerado área livre de aftosa com vacinação, há 17 anos sem o registro da doença em seu plantel.

De acordo com o superintendente de Defesa Agropecuária da Secretaria de Estado de Agricultura, Paulo Henrique Moraes, o fato do calendário prever a imunização parcial do rebanho favorece o manejo dos animais nas propriedades que tiveram suas pastagens comprometidas pela estiagem. “A estimativa é de que sejam vacinados mais de 900 mil animais, que se encontrem nesta faixa etária, do total de 2,2 milhões de cabeças do rebanho estadual”.

Ele ressalta que, apesar de parcial, após a imunização, continua sendo obrigatória a apresentação da Declaração de Vacinação em um dos Núcleos de Defesa Agropecuária ou postos municipais no estado. No documento deverão constar todos os bovídeos da propriedade – os imunizados na etapa de novembro e os dispensados.

Essa comprovação é sempre exigida para a emissão da Guia de Trânsito de Animais (GTA) nos deslocamentos de bovídeos. Além disso, evita penalidades previstas na lei como multa e interdição da propriedade.

Rio Rural incentiva expansão da avicultura nos municípios da região

Maior produtor estadual de ovos e de carne de frango, o município de São José do Vale do Rio Preto recebeu 40 agricultores familiares e técnicos de 14 municípios para uma excursão técnica a criatório de aves orgânico certificado pelo Sistema Participativo de Garantia (SPG/Abio). O evento foi promovido em 14 de outubro, pela Rede de Pesquisa, Inovação, Tecnologia e Serviços Sustentáveis em Microbacias Hidrográficas, fórum articulado pelo Programa Rio Rural, que reúne instituições parceiras do setor agropecuário com o objetivo de estimular a criação de aves de corte e de postura nos sistemas alternativos.

Organizada pelos grupos de trabalho de formação agroecológica e de produção animal da Rede de Pesquisa, a atividade incluiu palestra sobre produção de ração orgânica e uma visita às instalações do sítio Anahata, do avicultor Benedito Leônidas Luz (conhecido como Kiko), onde existem cerca de 400 galinhas poedeiras e de corte das raças Isa Brown e Label Rouge.

– Ser produtor orgânico não significa apenas abolir o uso do agrotóxico. É a adoção de princípios agroecológicos a partir do uso responsável dos recursos naturais e do respeito às relações sociais, culturais e trabalhistas. No manejo das galinhas, prioriza-se o bem-estar animal – explicou Kiko, que também é médico veterinário da Emater-Rio, cedido ao Núcleo de Defesa Agropecuária de Petrópolis.

Ana Paula Pegorer, engenheira agrônoma e consultora do Núcleo de Pesquisa Participativa do Rio Rural, destaca que o Noroeste é uma região com potencial avícola, por ter áreas disponíveis para esse tipo de criação. “O propósito da visita foi mostrar aos agricultores que esse sistema orgânico é perfeitamente possível. Aqui, temos criação de aves em instalações simples, com acesso a piquetes e utilizando complemento alimentar como resíduos orgânicos de origem vegetal e ração. Todas as boas práticas são aplicadas com ênfase em sanidade preventiva”, defendeu.

João Batista da Silva produz olerícolas e cria porcos e galinhas caipiras na Microbacia Ribeirão São Lourenço, em Natividade, com apoio do projeto Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pais), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio de Janeiro (Sebrae-RJ), parceiro do Rio Rural na execução do Plano de Desenvolvimento da Cadeia de Orgânicos.

Após a visita, ele já decidiu fazer modificações na pastagem das galinhas. “Foi uma visita muito positiva. Aprendi bastante e já estou aplicando o que observei na prática. Vou introduzir o capim tifton nos piquetes das galinhas, justamente por ter maior teor de proteína”, disse.

No dia seguinte, o grupo visitou o Sistema Integrado de Produção Agroecológica (Sipa), mais conhecido como Fazendinha Agroecológica, em Seropédica, na Região Metropolitana.

Mantido através de convênio entre Embrapa Agrobiologia, Pesagro-Rio e UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), o espaço é referência nacional no desenvolvimento e na aplicação de tecnologias para a produção orgânica vegetal e animal.

Além dos agricultores do Noroeste Fluminense e de Trajano de Moraes, participaram da excursão técnicos da Emater-Rio, Defesa Agropecuária, Sebrae-RJ, das prefeituras do Noroeste, da Cooperativa Cedro e consultores do Rio Rural.

Queimada deixa rastro de destruição em São Sebastião do Alto

As queimadas que atingiram o estado do Rio de Janeiro também fizeram grande devastação em São Sebastião do Alto, com uma área atingida de cerca de dois mil hectares, equivalente a 800 campos de futebol. O vento forte e a seca contribuíram para que fosse complicado controlar o fogo.

A Defesa Civil do município recebeu ajuda das secretarias de Defesa Civil de Trajano de Moraes e de Santa Maria Madalena, com homens e equipamentos como abafador e até um caminhão pipa. A luta para controlar o incêndio durou todo o dia, mas durante a noite foi controlado, evitando que atingisse áreas residenciais.

O fogo atingiu a Área de Preservação Ambiental ‘Esperancinha’ (APA) do município, causando prejuízos ao meio ambiente. Nesse local, há animais em risco de extinção, como o macaco da espécie Bugio.

Correção do solo dá mais qualidade às plantações em Cordeiro

Uma forma simples e corriqueira, mas eficaz e muito utilizada por engenheiros agrônomos em todo país, foi um dos trunfos da Secretaria de Agricultura de Cordeiro para aumentar a qualidade do solo e garantir que o plantio dos produtores seja correto e a colheita se torne mais rentável. Trata-se da aplicação de calcário para corrigir a acidez da terra onde as culturas agrícolas são implantadas.

Além de prestar, em parceria com profissionais da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater/Rio), serviços de orientação técnica ao homem do campo, visando encontrar formas adequadas de plantio, a Secretaria de Agricultura viabilizou o transporte da matéria-prima, lançando mão do Caminhão Atron – destinado à municipalidade por iniciativa do Governo Federal, através do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC-2).

A primeira iniciativa para beneficiar os produtores cordeirenses, no entanto, foi promover a manutenção periódica das vias de acesso às propriedades. Para isso, foram adquiridas, junto às cimenteiras Lafarge e Votorantim, 1.580 toneladas de saibro, que foram acondicionadas nas estradas da zona rural e posteriormente aplicadas nas pistas de rolamento, garantindo a melhoria da qualidade do piso que recebe intenso tráfego de veículos.

No que diz respeito ao transporte do material aplicado na correção do solo, foram feitas três viagens pelo caminhão. No total, foram transportadas 57 toneladas de calcário, adquirido diretamente numa fábrica especializada no município de Italva, no Noroeste fluminense.

Além dessa ação, foram realizadas outras três viagens: duas para que mudas de mandioca pudessem chegar até os produtores da localidade de Bonsucesso, e outra, num trajeto entre Quissamã e Cordeiro, para transportar cana forrageira e atender à Emater.

– Esse trabalho foi feito com planejamento e promete beneficiar muitos produtores, que inclusive se mostram satisfeitos com a atenção a eles destinada pela administração do prefeito Leandro Monteiro – colocou o secretário de Agricultura, Lauro Conde.

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