Cantagalo ganha unidade de produção de mudas de cana forrageira

Cantagalo ganhou uma unidade de produção de mudas de cana-de-açúcar, instalada no Horto Municipal Vereador José Maria Huguenin, na Chácara da Banheira, com o objetivo de alimentar o rebanho bovino local. Essa conquista dos produtores foi viabilizada em parceria entre a Secretaria Estadual de Agricultura (através da Pesagro-Rio e da Emater-Rio) e a Prefeitura. A novidade foi anunciada durante o 7º Encontro de Produtores de Leite, realizado em novembro, onde foram discutidas estratégias para minimizar os prejuízos decorrentes da estiagem e os impactos de uma possível repetição do fenômeno junto aos criadores familiares.

De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Agropecuário, Rodrigo Vollú, a unidade de produção tem dois hectares, que serão transformados num canavial de qualidade, com acompanhamento técnico da Pesagro-Rio e da Emater-Rio. “A previsão é de concluir todo plantio até fevereiro de 2015. Tudo isso deve gerar 160 toneladas de mudas a serem doadas aos produtores, que serão previamente cadastrados”, explicou.

O encontro reuniu cerca de 60 pecuaristas e técnicos, que discutiram assuntos relativos ao cultivo e à multiplicação de variedades de cana-de-açúcar destinadas à alimentação de vacas leiteiras, nutrição e sanidade animal. Na ocasião, o pesquisador da Pesagro-Rio, Arivaldo Ribeiro Viana, apresentou algumas tecnologias utilizadas no manejo da cana forrageira, destacando a variedade RB 867515 (também chamada de mineirinha), como a mais eficiente para o território fluminense.

– O uso da cana-de-açúcar com ureia é uma alternativa eficiente para alimentação de bovinos no período de seca. O primeiro passo é fazer um planejamento de plantio e, em seguida, conhecer o nível de fertilidade do terreno através de uma análise de solo – enfatizou o agrônomo.

Marcos Aronovich, zootecnista do Centro Estadual de Pesquisa em Qualidade de Alimentos da Pesagro-Rio, destacou características nutricionais da cana forrageira para alimentação de rebanhos bovinos. Já a coordenadora de pesquisa da Pesagro-Rio, Leda Kimura, falou sobre o aspecto sanitário na produção leiteira e também sobre certificação de propriedades rurais livres de brucelose e tuberculose.

– Cantagalo é um dos 13 municípios fluminenses que possuem vacinação de brucelose sem ônus ao portador, graças à atuação da Pesagro-Rio, com apoio da Faperj, no controle dessa doença – explicou a médica veterinária, que também desenvolve projetos no Centro Estadual de Pesquisa em Sanidade Animal Geraldo Carneiro.

O produtor Conrado Bucker saiu satisfeito do encontro. Ele já utiliza a cana como complemento alimentar para o rebanho em sua propriedade e acredita que a unidade de mudas vai contribuir para o aumento de produtividade da pecuária leiteira e de corte.

Participaram o vice-prefeito Edivaldo Oliveira (PMDB), além de técnicos da Emater-Rio e da Defesa Agropecuária.

Comitês de microbacias promovem trocas de experiências

Com o objetivo de avaliar ações e discutir novas propostas de desenvolvimento rural sustentável nas comunidades agrícolas, a Emater-Rio e o Programa Rio Rural, da Secretaria Estadual de Agricultura, realizaram dez encontros microrregionais de Comitês Gestores de Microbacias (Cogem), nos meses de outubro e novembro, reunindo representantes das regiões Metropolitana, Baixada Litorânea, Centro-Sul, Médio Paraíba e Serrana.

Em Santa Maria Madalena, os agricultores trocaram experiências e ouviram relatos sobre práticas bem sucedidas durante a execução do Rio Rural nas microbacias de Trajano de Moraes, São Sebastião do Alto e do município sede da reunião. Cada técnico executor apresentou os trabalhos desenvolvidos, citando a quantidade de recursos e projetos implantados, os métodos de extensão rural utilizados e um comparativo da presença de ações de assistência técnica e extensão rural (Ater) antes e depois da implantação do programa. Já os beneficiários falaram sobre o processo de formação do Cogem e os resultados da atuação desse grupo na comunidade.

A gerente técnica estadual de Projetos Sociais da Emater-Rio, Cristianne Mendonça, apresentou o resultado de um acompanhamento da evolução dos comitês nos últimos 12 meses, destacando pontos fortes e fracos de cada grupo, baseado também na sistematização dos questionários aplicados durante a primeira parte do evento. “A Região Serrana está muito bem posicionada no ranking geral, com os comitês trabalhando no verde. Os números são superiores, inclusive, à média do próprio estado”, apontou.

Gerson Yunes, assessor técnico regional do Rio Rural, falou sobre a importância do Cogem para a organização comunitária de uma microbacia. O engenheiro agrônomo da Emater-Rio, Marcos Belo, trouxe informações sobre as novas regras de incentivo para projetos individuais, grupais e estruturantes. Já Mônica Sobreira, da Coordenadoria de Planejamento da Emater-Rio, lembrou que a união da comunidade pode resultar em soluções benéficas para a coletividade. “Encontros como este promovem reflexões que agilizam o retorno do programa para a comunidade. Como o Rio Rural incentiva a adoção das práticas sustentáveis com recurso financeiro não reembolsável, o grande pagamento é o compromisso do agricultor familiar em implantar os projetos com qualidade e responsabilidade, tudo isso para transformar a realidade do interior”, analisou.

A médica veterinária Renata Heizer, técnica executora da Microbacia Caixa D’Água (Trajano de Moraes), garante que houve uma mudança de postura por parte dos agricultores. “Quando chegamos à microbacia, encontramos moradores descontentes. Conquistamos a confiança deles e, agora, estamos auxiliando na escolha da prática adequada para propriedade”, disse. 

Já Maria da Conceição Godinho da Silva, representante da Microbacia Alto Imbé (Santa Maria Madalena), ressaltou que vários vizinhos estão empenhados em proteger suas nascentes. “Todos passaram a ter consciência da importância da água na nossa vida. Aqui, o incentivo veio do Rio Rural”, garantiu.

Bravet exporta para vários países

Em entrevista exclusiva ao JORNAL DA REGIÃO, o empresário Virgílio Santos Filho, que é diretor comercial do Laboratório Bravet, fala um pouco da história da empresa, que é considerada uma das maiores do ramo no país.

Ele é filho do empresário e proprietário rural em Cantagalo, Virgílio Almeida Santos, fundador do Laboratório Bravet e que está aposentado e cuidando de sua fazenda, a Bravet, no município.

JORNAL DA REGIÃO (JR) – Quando foi fundado o Laboratório Bravet?

Virgílio Santos Filho (VSF) – O Laboratório Bravet foi fundado em 1976.

JR – O que representa para a empresa ser colocada em quinto lugar no país, na categoria Saúde Animal, nestes índices do agronegócio?

VSF – Para uma empresa nacional, com capital genuinamente nacional, que concorre com grandes multinacionais em um mercado altamente competitivo e técnico, é motivo de muito orgulho para o todo o grupo Bravet.

JR – Para onde são vendidos os produtos do Laboratório Bravet?

VSF – Os produtos são vendidos para todo o território nacional e ainda exportamos para  Bolívia, Paraguai, Uruguai e Panamá.

JR – Quantos funcionários tem a empresa?

VSF – A empresa tem 80 funcionários.

JR – Quais os produtos mais vendidos da empresa?

VSF – Os produtos mais vendidos são o Mercepton, toda a linha Monovin, o anestésico Bravet e o Cobalzan.

Seminário em Nova Friburgo aborda as características da educação do campo

A Prefeitura de Nova Friburgo, através da Secretaria Municipal de Educação (SME), com apoio do Instituto Bélgica -Nova Friburgo, realizou o II Seminário de Educação do Campo no último dia 28 de novembro, sob o tema ‘Legislação e Identidade das Escolas do Campo’.

O objetivo central do evento, organizado pela equipe do ensino fundamental da SME, foi o de criar uma identidade única das escolas do campo, sejam de alternância, multisseriadas ou as demais da zona rural.

Para isso, o evento contou com a presença de vários palestrantes com vasta experiência em educação do campo e terminou com a proposta da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) de trazer uma pós-graduação voltada para a educação do campo no próximo ano, o que foi visto com grande entusiasmo pelos diretores e professores das escolas do campo e zona rural do município.

O seminário, aberto pela secretária de Educação, professora Tânia Trilha, contou com a participação dos seguintes palestrantes: Tarci Parajara, chefe do Departamento de Educação do Campo, Movimentos Sociais e Diversidade (LEC- UFRRJ-Seropédica); Rosilda Benacchio, professora do Instituto de Educação (UFF-Angra dos Reis); Marília Campos, licenciatura em educação do campo (UFRRJ-Seropédica); Marcelo Vianna, CPT e Coletivo de Educação do Campo Norte Fluminense  (Campos dos Goytacazes); e padre João, deputado federal por Minas Gerais, presidente da Frente Parlamentar da Educação do Campo).

Vários foram os tópicos abordados, entre eles: o uso do agrotóxico e suas consequências; as mudanças provocadas pelas grandes empresas do agronegócio; a desapropriação dos povos do campo; como levar as crianças e jovens a terem orgulho de ser da roça; como fazer os gestores enxergarem o esvaziamento do campo; a criação de carreira específica do educador do campo; a necessidade de um diagnóstico da educação do campo no estado do Rio; além de outros assuntos.

O evento, que foi considerado por todos muito produtivo, teve a participação de alunos da Escola Municipal Rei Alberto I, que se apresentaram cantando uma música sobre o homem do campo.

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