A “Operação Lava a Jato”

O Brasil e os brasileiros estão vivendo um momento histórico que vai mudar a nossa caminhada na criação de outro País, com outra forma de fazer política, onde os princípios éticos predominem sobre a velha “lei de Gerson”, de levar vantagem em tudo, tão ao gosto dos nossos políticos, que, a cada momento, dão exemplos péssimos para seus eleitores. O juiz Sérgio Moro, que, hoje, se tornou conhecido pela sua corajosa atitude de desvendar toda imundície agora estampada nos jornais brasileiros e dos demais países, pode estar abrindo uma grande janela por onde os brasileiros estão descortinando um panorama nada agradável, mas absolutamente necessário, ao desmascarar uma quadrilha montada à sombra da maior empresa brasileira, até então um orgulho para todos nós.

A Petrobras, graças ao PT e seus comparsas, foi transformada em uma enorme sede de quadrilha organizada, que conseguiu reunir a “fina” flor do empresariado nacional, com diretores da estatal, hoje desmoralizada, pelas escolhas desastradas de Lula e Dilma, que parecem haver escolhido a dedo uma boa quantidade de marginais engravatados da alta sociedade para, em conluio com os empresários hoje devidamente “enjaulados”, emporcalharem o nosso orgulho e nos fizeram cair na real.

A exemplo da “Operação Mãos Limpas” desencadeada na Itália em 1992, considerada a maior “operação de limpeza ou faxina” na Europa, deu matéria para em 2004 o juiz Sérgio Moro publicar artigo com o título ‘Considerações sobre a Operação Manu Pulite’ (mãos limpas) na Revista do Conselho da Justiça Federal. Lá, como cá, a magistratura, o Ministério Público e a Polícia Federal puxaram os fios da meada que, a exemplo de outros casos célebres, dado o início das pesquisas, a ordem foi: “sigam o caminho do dinheiro”, que, fatalmente, conduzirá as investigações aos beneficiários.

Na Itália, o processo derrubou o primeiro ministro Bettino Craxi, que dissera: “todo mundo sabe que a maior parte do financiamento da política é irregular ou ilegal”. A faxina destruiu os dois partidos italianos: o Socialista e a Democracia Cristã.

Quem sabe se aqui o PMDB, o PT e seus aliados se afundem no lamaçal quando surgirem todos os políticos cujos nomes já começam a ser revelados. A nova geração de juízes vindos das camadas mais baixas da população, propiciada pela educação de massa, e o forte apoio das manifestações de rua, criaram um ambiente de cobrança por decência e moralidade no trato dos negócios públicos. Vamos torcer para que, tal como na Itália, em 1992, a nova onda de conscientização do nosso povo em favor da moralidade política possa virar o país de “ponta a cabeça”.

*Joel Naegele é vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), conselheiro do Sebrae-RJ (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio de Janeiro) e membro da Câmara Setorial de Agronegócios da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro).

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