A indústria brasileira poderá perder até R$ 64,6 bilhões neste ano por conta de 11 feriados nacionais e 32 estaduais que caem em dia de semana. O valor representa cerca de 4,8% do PIB (Produto Interno Bruto) industrial brasileiro, frente a 3,6% em 2014. Os dados são do estudo ‘O Custo Econômico dos Feriados para a Indústria’, divulgado no dia 10 de fevereiro pelo Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). Neste ano, o país terá, em dias de semana, três feriados nacionais e um estadual a mais que no ano passado.
Os estados mais industrializados concentram as maiores perdas em números absolutos. Em São Paulo, as perdas podem chegar a R$ 19,5 bilhões; no Rio de Janeiro, podem superar R$ 10,1 bilhões; e, em Minas Gerais, se aproximam de R$ 6,4 bilhões.
Em termos relativos, considerando o PIB e o número de feriados em dias de semana em cada estado, Alagoas apresenta a maior perda – 6,1% do seu PIB industrial. O estado terá quatro feriados estaduais em dias de semana.
Já o Acre e o Amapá, que terão três feriados estaduais em dias de semana, podem ter perdas de até 5,7% do PIB industrial.
O estudo aponta, ainda, que os prejuízos não se restringem às empresas, já que as paralisações na atividade industrial provocam uma grande perda de arrecadação tributária para o governo.
Nos cálculos da Firjan, a União e as 27 unidades da federação podem deixar de arrecadar R$ 18,1 bilhões da indústria de transformação neste ano por conta dos feriados nacionais e estaduais.
Na busca pela redução do “custo Brasil” e pelo aumento da competitividade da indústria brasileira, a Firjan defende a revisão de todos os feriados e o fim dos “feriadões”.
A sugestão é de que alguns feriados sejam considerados datas comemorativas e que aqueles que caem de terça a quinta-feira sejam deslocados para segunda ou sexta-feira. O estudo diz que “em vista da atual necessidade de estimular a atividade produtiva e, ao mesmo tempo, aumentar a arrecadação, essas medidas seriam extremamente oportunas, além de uma alternativa para evitar um aumento de impostos”.