A floricultura, atividade que já coloca o estado do Rio de Janeiro entre os maiores polos produtores de flores e plantas ornamentais do país, dá sinais que ainda tem fôlego para crescer.
De acordo com a Secretaria Estadual de Agricultura, em 2014, o setor movimentou R$ 634 milhões, valor 10% superior ao do ano anterior. Esse crescimento vem acompanhado do aumento do número de produtores, expansão da área de cultivo, diversificação do número de espécies cultivadas e a profissionalização de mão de obra na agregação de valor e serviços, ampliando a demanda pelo produto.
Atualmente, em todo o estado, 1.074 produtores se dedicam à produção de flores de clima temperado, tropicais e envasadas, além de plantas para paisagismo e jardinagem. Grande parte deste contingente, cerca de 50%, se concentra na Região Serrana, produzindo flores de clima temperado e envasadas, entre elas as orquídeas. Outros 38%, na Região Metropolitana, cultivam plantas ornamentais, flores e folhagens tropicais. Os demais estão pulverizados nas regiões Noroeste, Baixadas Litorâneas e Sul fluminense.
Segundo a coordenadora do Programa Florescer, da Secretaria Estadual de Agricultura, Nazaré Dias, o bom momento da floricultura no estado é atribuído, entre outros fatores, à presença de microclimas que favorecem o cultivo da maioria das espécies, gerando uma oferta diversificada.
– Nos últimos cinco anos, os produtos da floricultura fluminense aumentaram sua participação na oferta global do mercado estadual, de 18% para 80%. Para atingir este patamar, produtores, apoiados pelo Florescer, com assistência técnica da Emater-Rio (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro), investiram em capacitação, inovação de estruturas de produção, acompanhamento de tendências do setor para melhorar o padrão de qualidade do produto e atender a um consumidor mais exigente – frisou a coordenadora do programa.
Nazaré acrescenta que a profissionalização do segmento permitiu que alguns produtores atendessem a demandas de outros estados, como São Paulo (Campinas) e Minas Gerais, com flores tropicais e plantas ornamentais.
A expansão da área cultivada e do número de produtores nos municípios de Itaboraí, Rio de Janeiro, Bom Jardim, Nova Friburgo, Santo Antônio de Pádua e Bom Jesus do Itabapoana também contribuíram para a elevação da produção.
– A floricultura é um setor importante para a geração de empregos e o seu crescimento é fundamental para a economia do Estado – afirmou o secretário estadual de Agricultura, Christino Áureo, ao destacar que essa evolução é resultado do trabalho da equipe do Programa Florescer, com destaque para o da sua coordenadora, Nazaré Dias.
Segundo ele, essa política pública vem criando um ambiente de evolução tecnológica e comercial para o segmento, que conta com apoio do governador Luiz Fernando Pezão para continuidade dos incentivos à atividade. “Isso nos faz acreditar que o crescimento do setor novamente será bastante significativo no ano de 2015”, concluiu o secretário Christino Áureo.
Cooperativa de Duas Barras tem 207 cooperados e produção de 380.950 litros de leite por mês
Fundada em 4 de novembro de 1967, hoje com mais de 45 anos de funcionamento, a Cooperativa Agropecuária de Duas Barras, atualmente com 207 cooperados, recebe e beneficia 12.345 mil litros de leite por dia, o que garante uma produção mensal de 380.950 litros e a expressiva marca de 5.232.883 milhões de litros beneficiados anualmente, o que garantiu, em 2014, um faturamento bruto que ultrapassa a marca dos R$ 7,5 milhões, mais precisamente R$ 7.599.972,32 milhões.
Sob a presidência de Jorge Costa, foi dado início a um processo de conscientização do produtor, que acolheu a nova filosofia de trabalho, fortalecendo a produção de leite com mais qualidade e melhores preços. O trabalho realizado pela cooperativa junto aos seus cooperados, de melhoria da coleta e qualidade do leite, em razão do escoamento dos produtos, atende às normas do Ministério da Agricultura.
Visando essa melhoria, os cooperados foram orientados a manter os estábulos limpos, a não coletar leite de vacas recém-medicadas, em especial com antibióticos, e evitar adicionar água no leite, mantendo tanques e galões sempre secos após lavados, evitando impurezas.
Quanto à industrialização, hoje a Cooperativa de Duas Barras atinge a marca de 75% a 85% do leite recebido, o que garante a produção de queijo frescal, padrão, muçarela, manteiga, bebida láctea, requeijão, doce de leite, leite em saquinho. A comercialização é realizada nos mercados da Região Serrana, além de Itaboraí, Maricá, São Gonçalo, Região dos Lagos e Rio de Janeiro.
Com essas atitudes, foi possível modificar o perfil da comercialização, aumentado as vendas dos produtos desde janeiro de 2014, quando Jorge Costa assumiu a presidência da cooperativa, dando um choque de gestão na entidade. Com isso, foi possível deflagrar um processo de conscientização dos vendedores e incremento nas vendas com a introdução da marca própria. Isso possibilitou a fabricação de produtos próprios, levando a marca dos supermercados da região, tais como queijo, manteiga, requeijão e outros, produzidos pela Cooperativa de Duas Barras, o que estabeleceu importantes parcerias com grandes nomes da região, como Supermercado Cavalo Preto, Tio Dongo e Nonna Carmella. Em breve, outros mercados irão surgir, fortalecendo a parceria.
Essas conquistas só foram possíveis graças ao trabalho e união da diretoria da Cooperativa de Duas Barras, sob a presidência de Jorge de Souza Costa, tendo no comando da diretoria Financeira Geraldo Tavares e, na diretoria Administrativa, Roberto de Mello Araújo.
O trabalho recebeu apoio direto do Conselho de Administração, formado por Jorge de Souza Costa, Geraldo Gilberto Tavares, Roberto de Mello Araújo, Luiz Ribeiro, Aloísio Feiteira da Silveira e Paulo César Lopes Mora, e do Conselho Fiscal, formado por Antônio Carlos Rodrigues Turque, Roney Schuenck e Emanuel Vellozo de Morais. A Assessoria Jurídica ficou a cargo de Ângelo Giovanni Vianello.
Alguns desafios estão sendo gradativamente vencidos, como saldar dívidas fiscais com fornecedores, parcelamento e negociações de outras dívidas ainda pendentes, através de recursos gerados a partir do aumento da captação de leite, ampliação da produção e distribuição da nova linha de produtos, bem como o aumento na produção das marcas próprias.
A meta da cooperativa é continuar melhorando a remuneração aos produtores, com ganho real no litro de leite, fornecendo assistência técnica especializada, para que o produtor tenha condição de aumentar sua produção com qualidade. Outra iniciativa é conseguir linha de financiamento subsidiada para que os produtores comprem equipamentos ligados à produção de leite, como tanques de resfriamento de leite, ordenhas mecânicas, tratores, gerador de energia, arados mecânicos, entre outros.
Gerando, atualmente, 26 empregos diretos, sendo 13 trabalhando na usina, cinco no armazém, três no escritório, dois na coleta de leite e mais de mil indiretos, a cooperativa quer incentivar os funcionários e parceiros diretos na produção. Assim, instituiu o Diploma de Funcionário Eficiente para aquele que mais se destacar em suas atividades.
Na área da usina de processamento de leite, foram adquiridos novos tanques de resfriamento e pasteurização do leite, mais caminhões para a coleta do leite e caminhões frigoríficos para entrega dos produtos vendidos. No laticínio, com a aquisição de outras máquinas para a fabricação de novos produtos, tais como queijos prato, parmesão, ricota e empacotamento do leite UHT e outros. A cooperativa está ampliando e fortalecendo a produção.
Finalmente, na área da logística, a cooperativa, que, na época das chuvas, enfrenta sérios problemas para ter acesso às fazendas e propriedades devido à precariedade das estradas vicinais, vem buscando apoio da Prefeitura para melhoria das estradas, garantindo o escoamento da produção leiteira.
Finalizando, fica a mensagem do presidente Jorge Costa para que o produtor rural cooperado compreenda que a cooperativa, como o próprio nome diz, é união, cooperação, ação em conjunto, com o mesmo fim e objetivos de melhor produção, comercialização e remuneração.
– Neste sentido, a cooperativa não pertence a apenas um, ela é de todos. Vale lembrar que, hoje, a Cooperativa de Duas Barras tem um patrimônio imobilizado de quase R$ 5 milhões. E esse patrimônio é de todos os cooperados. Para isso, é preciso perceber e adotar a nossa filosofia de trabalho, que é de levar para todos os benefícios que forem alcançados com a participação de todos os cooperados, tais como: assistência técnica veterinária, agrônoma, orientação no pastejo rotacionado, silabem, plantio, coleta e silabem, melhor remuneração sobre o leite, entrega de insumos agropecuários, tanto da cadeia alimentar bovina quanto medicamentos veterinários e implementos agrícolas, como picadeiras, ordenhas mecânicas, materiais de reposição e outros, com o intuito sempre de viabilizar a melhor assistência e o aumento de sua produção de leite – diz o presidente.
– A cooperativa é nossa e todos devem se preocupar e trabalhar por ela, principalmente, mantendo a fidelidade. Além de estarmos pagando um preço pelo leite melhor do que algumas cooperativas e laticínios, fornecemos benefícios equivalente a R$ 0,07, que, somados ao preço de leite, o eleva a um patamar superior aos demais. Portanto, não adianta migrar e abandonando a sua cooperativa só por uns centavos a mais. A nossa cooperativa atende ao cooperado de segunda a segunda, seja em dias de sábado, domingo ou feriados. Se faltar ração, um medicamento ou se o animal ficar doente, o animal não vai morrer, pois enviaremos um veterinário, a ração ou medicamento à sua fazenda no momento em que procurar um dos diretores ou funcionários da cooperativa em suas residências. Quem faz isso pelo seu cooperado? – questiona Jorge Costa.
O presidente Jorge Costa, advogado, domiciliado na cidade do Rio de Janeiro e com fazenda em Duas Barras desde maio de 1991, com produção leiteira, tem, no seu curriculum, não só a advocacia como administração. Foi diretor da multinacional Polygram Discos Ltda., diretor da Dun & Bradstreet, presidente do Instituto Cultural Martinho da Vila e, atualmente, exerce a presidência da Socimpro (Sociedade Brasileira de Administração e Proteção da Propriedade Intelectual), a vice-presidência da Federación Iberolatinoamericana de Artistas Intérpretes y Ejecutantes, com sede em Madri, Espanha.
Jorge Costa também recebeu, da Câmara Municipal de Duas Barras, em 9 de maio de 2007, o título de cidadão bibarrense, e sempre colaborou na administração da cooperativa na época do presidente José Araújo, depois com Luiz Fernando Frointchuk e com Luiz Gonzaga Pagnuzzi Araújo.
Governo beneficiará 18 mil famílias do interior com recursos em saneamento
Até o fim de 2016, o Rio de Janeiro será o estado brasileiro com a maior ação de saneamento rural implantada, beneficiando 18 mil famílias. A Secretaria de Agricultura e Pecuária, por meio do programa Rio Rural, está instalando, em uma primeira etapa, cinco mil unidades de fossas sépticas biodigestoras em microbacias de 24 municípios das regiões Norte, Noroeste e Serrana. O investimento total no projeto será de R$ 31 milhões.
A tecnologia, desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e adotada pelo Estado, permite a destinação adequada dos dejetos, evitando a poluição da água e aumentando a qualidade de vida das populações que vivem no interior fluminense.
As fossas sépticas biogestoras realizam, ainda, o aproveitamento dos resíduos na adubação, melhorando a produção agrícola. A proposta alia sustentabilidade, preservação da natureza e o desenvolvimento no campo.
– Todos se beneficiam. Os produtores rurais e suas famílias, a comunidade, que sai fortalecida com a preservação do ambiente e o estímulo à produção, e a sociedade em geral, com a redução dos gastos com tratamento de doenças no futuro – afirmou o secretário de Agricultura, Christino Áureo.
No mês passado, 252 famílias de pequenos agricultores na Região Norte Fluminense foram beneficiadas com o saneamento rural. Na Microbacia Fazenda Tipity, no município de São Francisco do Itabapoana, foram entregues fossas sépticas para 193 famílias de agricultores. Já na Microbacia Rio Ururaí, em Campos dos Goytacazes, foram instalados kits de fossas sépticas para 59 famílias. Os investimentos totalizaram R$ 415 mil.
Com financiamento do Banco Mundial, o programa Rio Rural incentiva a adoção de práticas sustentáveis no campo.