Projeto Despertar

Dando continuidade ao ciclo de palestras do Projeto Despertar, estive na Escola Municipal Lameira de Andrade para falar aos alunos que lá compareceram, em número razoável, sobre o tema ‘Agronegócios’, que, ao longo do tempo, tem sido uma preocupação minha, tendo em vista que, a despeito de se saber que a riqueza que tal atividade nos proporciona, o estado do Rio, com imensas áreas inexploradas, não consegue criar os estímulos necessários para que milhares de hectares de solo continuem abandonados, empobrecendo seus proprietários e também o próprio estado.

Já escrevi e foi publicado que a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), que tem um carinho especial nos assuntos ligados ao desenvolvimento do nosso estado, investiu em uma pesquisa a respeito do consumo de madeira pelas empresas que com ela trabalham. O resultado dessa pesquisa mostrou, em detalhes, que 89% da madeira utilizada nos vários estabelecimentos fabris no Rio de Janeiro são importadas. Ou seja, mandamos dinheiro que poderia circular em nosso estado e que, por incompetência ou falta de visão, estão enriquecendo nossos vizinhos do Espírito Santo e Minas Gerais.

Minhas palestras têm sido ilustradas com a utilização de um vídeo produzido pela Cenibra, multinacional com Capital Nipobrasileiro, que produz celulose e papel no município de Belo Monte (MG), cuja indústria produz celulose e papel e o eucalipto necessário para tal fim, plantando 24 milhões de mudas por ano e colhendo 24 milhões de árvores em perfeita sincronia. A indústria emprega dez mil pessoas, além e estimular os produtores da região na manutenção de áreas de Mata Atlântica, cuidando, zelosamente, da preservação das espécies ali adaptadas.

A região onde funciona é cercada por morros cultivados para o abastecimento da indústria e aí eu me pergunto: por que não aproveitamos os nossos morros, incentivando o cultivo de florestas, priorizando o eucalipto?

Com matéria-prima assegurada, certamente as empresas que trabalham com essa matéria-prima se interessariam em desenvolver seus negócios na nossa região, gerando riqueza e trabalho, assim como aconteceu com a existência de calcário, que possibilitou a instalação das indústrias cimenteiras.

*Joel Naegele é vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, membro do Conselho Fiscal do Sebrae-RJ e da Câmara Setorial de Agronegócios da Alerj.

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