Com experiência não só na área contábil, mas também como produtor e gestor de negócios, Naegele afirma que a Aciacan é uma das melhores e mais bem estruturadas associações comerciais do estado do Rio de Janeiro. “Pouquíssimas associações têm o privilégio de ter isso aqui”, disse, se referindo ao patrimônio construído pela entidade e ao seu espaço físico, seja para funcionamento próprio ou para exploração comercial de salas através de aluguéis.
No período em que esteve na presidência da associação, Joel Naegele diz ter aprendido a conhecer melhor as pessoas. “Muita gente reclama da situação, mas poucas se mexem, um número bem pequeno se dispõe a participar, a trabalhar, a contribuir para melhorar a situação”, diz, acrescentando que, no entanto, esse tipo de comportamento, felizmente, tem mudado, e para melhor. “Temos, hoje, vários casos de sucesso no município e que mostram que cada um pode melhorar”, completa.
Atualmente assessor de Indústria e Comércio da Prefeitura de Cantagalo, além de vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA) e membro da Câmara Setorial de Agronegócios da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), Naegele também destaca que, durante suas duas gestões, preferiu dar prioridade aos projetos estruturais, se preocupando em dar condição à associação de realmente contribuir para o crescimento das empresas, da prestação de serviços, das indústrias e do agronegócio municipal, que são os setores abrangidos pela entidade. “Sou muito “pé no chão”, como se diz por aí. Procuro fazer uma administração centrada, com equilíbrio. Para se ter uma ideia, quando saí da presidência, deixei um saldo de R$ 20 mil, que, mais tarde, foi utilizado pela diretoria posterior no processo de implantação da polo industrial que está sendo instalado no bairro Cantelmo”, conta o ex-presidente, que se classifica como conservador na área administrativa. “Não sou de aventuras”, completa.
Nesse processo de estruturação consciente da Aciacan, Joel Naegele também informa que, logo que assumiu, reuniu a diretoria, convocou uma assembleia e propôs alterações no estatuto da entidade. Entre as mudanças aprovadas, uma ele faz questão de destacar: a redução do número de diretores. “Havia cargos demais. Eram 16 diretores, cada um com uma atribuição específica e que, na maioria das vezes, ficavam ociosos. Conseguimos reduzir a diretoria para apenas sete, como está até hoje, além de reformatar as atribuições. As funções específicas foram extintas e os diretores, agora, podem atuar em qualquer área, sem a necessidade de ficarem presos a esta ou aquela área”, orgulha-se, informando que também equipou a associação com equipamentos modernos, com destaque para a área de informática. “Era necessário dar melhor condição de trabalho à entidade, incluindo a aquisição de softwares legais, que fizemos questão de implantar”, lembra.
De acordo com Joel Naegele, Cantagalo ainda tem uma grande vantagem. “Temos o privilégio de gozarmos de uma união fantástica. Aqui, o consenso tem falado alto e proporcionado muitas conquistas. Não é à toa que, pelas minhas andanças pelo estado, tenho propagado a Aciacan e, com ela, o nome de Cantagalo”, afirma o ex-presidente, que também não concorda com a formação de duas chapas por ocasião das eleições da entidade. “Acho que não pode haver isso. Se houver uma segunda chapa, é sinal que essa união está quebrada, que há divisão, descontentamento. Entidades como a Aciacan são frágeis, vivem de contribuições sociais para representar as classes que as mantêm, por isso a necessidade de união. Nesse quesito, Cantagalo tem dado um grande exemplo ao longo dos anos”, opina.
Naegele também participou da conquista, para Cantagalo, via Aciacan, do Ponto de Cultura Música na Praça. “Fiz várias viagens ao Rio de Janeiro, como diretor da entidade, para discutir o projeto, defender os interesses da entidade e do município, até que conseguimos o patrocínio do Ministério da Cultura e a liberação dos recursos para a implantação do projeto, que, hoje, vem contribuindo para a recreação e a cultura de Cantagalo e região”, conta.
Outro destaque dado por Joel Naegele é um estudo feito por ele, quase no final do seu mandato, e que tinha o objetivo de levantar o montante que circula todo mês em Cantagalo em virtude de pagamentos diversos nas agências bancárias, como Prefeitura, aposentadorias do INSS, empresas, entre outras formas de circulação. “São mais de R$ 5 milhões de renda mensal na rua todo mês. Diante desses números, fiz uma carta dirigida ao comércio solicitando informações sobre o que eles pensam a respeito, o que pretendem fazer ou estão fazendo para oferecer formas de assegurar essa renda no município. Acontece que, até agora, ninguém respondeu”, reclama.
Por outro lado, Naegele também sente que o comércio registrou uma considerável melhora depois da tragédia de janeiro deste ano na Região Serrana. “As pessoas deixaram de sair para Nova Friburgo, por exemplo, e passaram a comprar mais no município. Cabe ao comércio garantir que esse consumidor permaneça aqui, se sinta tentado a continuar comprando em Cantagalo”, completa.