Já faz um bom tempo que a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), motivada pela sua preocupação em desenvolver o nosso interior, vem trabalhando no incentivo ao setor rural, focando a produção de frutas para sua posterior industrialização.
Em proveitosas e bem sucedidas ações em dois projetos nas regiões Norte e Noroeste, a Firjan, com recursos obtidos junto ao Ministério de Integração Regional, e com a participação e da Secretaria de Estado de Agricultura, desenvolveu o plantio de abacaxi no município de Campos e de pêssego em Porciúncula, que se constituíram em sucesso de renda e emprego, até porque, como se sabe, essas atividades, por suas características, são grandes empregadoras de mão de obra de menor exigência quanto à qualificação do pessoal empregado.
Infelizmente, a nossa região, que poderia se incluir nesse processo, continua dormindo em “berço esplêndido”, esperando que caia do céu, por descuido, algum milagre que faça a economia deslanchar. Doce e ledo engano.
Nossas lideranças políticas parecem viver em outro mundo, onde as festas, que nos custam caro, são os embalos maravilhosos que os encantam.
A região onde os nossos municípios se localizam precisam despertar do marasmo e da acomodação, chamando os prefeitos para que exerçam a força dos cargos e se juntem a instituições como a Firjan na busca de soluções que nos tirem da situação de pobreza crônica que já faz tempo domina nosso triste cenário. Ao setor rural pode caber um papel importante, se for incentivado ao plantio de madeira, que iria ocupar uma enorme área totalmente inaproveitada com o cultivo de eucalipto e seringueiras, que povoem nossos milhares de hectares de terras sem nenhuma utilização prática. Acredito que a madeira aqui produzida poderia ser a base de instalações de indústrias transformadores, como as ligadas ao beneficiamento e industrialização de madeira. Os fortes exemplos do interior de Minas Gerais e Espírito Santo poderiam ser seguidos por nós.
Precisamos acordar os homens que se elegem e esquecem que prometeram criar empregos.
Muitos preferem festas, mas a maioria quer desenvolvimento gerador de riquezas.
*Joel Naegele é vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), conselheiro do Sebrae-RJ e membro da Câmara Setorial de Agronegócios da Alerj.