O Consórcio Itaocara participou de uma reunião com moradores do distrito de São Sebastião do Paraíba, no município de Cantagalo, no último dia 9 de setembro, e informou que as obras da Usina Hidrelétrica de Itaocara (UHE Itaocara) estão previstas para o primeiro trimestre de 2016, e têm prazo de conclusão de 36 meses.
O gerente socioambiental do consórcio, Mário Sérgio Trento, representou a empresa no encontro e esclareceu que, a partir de outubro, serão iniciados os projetos de comunicação social com os públicos de interesse, bem como as ações de assistência social e de negociação de terrenos que serão utilizados pela UHE Itaocara.
O Consórcio Itaocara venceu o leilão promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), realizado no dia 30 de abril de 2015. Os municípios da área de influência da UHE Itaocara são: Itaocara, Aperibé, Santo Antônio de Pádua e Cantagalo, no estado do Rio, e Pirapetinga, em Minas Gerais.
O empreendimento tem investimentos de mais de R$ 1 bilhão e já possui as licenças prévia e de instalação, emitidas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A expectativa é de que sejam criados 1,2 mil empregos diretos e cerca de 2,2 mil indiretos, no pico de obra. A usina, com capacidade instalada de 150 MW, o equivalente ao fornecimento para uma cidade de 400 mil habitantes, tem previsão para entrar em operação em 2018.
A reunião em São Sebastião do Paraíba contou com a presença do prefeito de Cantagalo, Saulo Gouvea, acompanhado de alguns secretários e assessores, e dos vereadores Jorge Quíndeler, Zé da Uta, Rafael Carvalhaes, Emanuela Teixeira e Homero Ecard.
O representante do Consórcio Cemig e Light disse que todos os proprietários de terra serão indenizados na forma da lei, considerando que o preço da mata é bem mais barato do que uma várzea produtiva.
Quando foi questionado como ficaria o pagamento de impostos, o representante informou que a maioria do pagamento ficaria para o município de Itaocara, onde ficará a represa.
O presidente da Câmara Municipal de Cantagalo, Homero Ecard, disse que a Câmara não teria sido informada do início da obra.
O representante do Consórcio Light/Cemig garantiu que todas as câmaras municipais envolvidas com a represa foram comunicadas, e disse ter o protocolo desse documento nas câmaras. Homero Ecard disse que não tinha conhecimento e pediu cópia documento protocolado.
Já a vereadora representante do distrito de São Sebastião do Paraíba, Manuela do Paraíba, afirmou que só tomou conhecimento da obra, através de matéria publicada no JORNAL DA REGIÃO.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), também presente à reunião, criticou a realização da obra, inclusive citando valores de R$ 4 milhões, e que gastará apenas R$ 1 milhão. O restante será de lucro para as empresas.