“O ensino, em si mesmo, é neutro: não promove amor nem ódio. A razão é que nele não está a essência da educação. Esta consiste no amor. Só o amor é a eterna fonte da divindade que está entronizada dentro de nós. Ela é o núcleo de onde emana o essencial da educação.”
Pestalozzi
Há cerca de dois mil anos, esteve, entre nós, um extraordinário MESTRE que, com sua pedagogia, educou milhares de seres humanos. Bilhões ao longo desses 2.020 anos. E vai continuar educando, milênios afora…
Jesus Cristo, mensageiro de Deus.
Não escreveu, nos seus trinta e três anos de vida, nenhum tratado de pedagogia. Não construiu escolas nem templos. Era o Salvador, o Messias prometido. E, por onde passava, deixava a marca de sua extraordinária presença e liderança.
O que ele pregou e exemplificou? O amor. Ama o teu próximo como a ti mesmo e a Deus sobre todas as coisas… E com a sua pedagogia do amor realizou verdadeiros milagres na transformação/educação de milhares de pessoas.
E os pais, os educadores e os religiosos que realizam suas tarefas educacionais com amor conseguem maravilhas. Não se conhece nenhuma pessoa ou obra que, construída com desamor, tenha dados bons frutos, por melhor tecnologia ou escola pedagógica que se tenha adotado. Mas, as obras realizadas com amor produzem bons frutos; são eternas.
O amor compreende, o amor é paciente, perdoa, disciplina, edifica. O amor educa para a eternidade, para a vida. Desperta os valores superiores do ser, criado à imagem e semelhança de Deus.
A pedagogia do amor promove uma educação transformadora, plena, que atinge o âmago do ser imortal. Nada impõe. Desperta os poderes latentes do espírito. Na educação pelo amor, professores, pais e religiosos não despejam conhecimentos, não oprimem e nem castigam; orientam, caminham lado a lado com o educando.
E a pedagogia do amor não é incompatível com nenhuma outra escola pedagógica, nem com qualquer tecnologia moderna ou novos métodos e técnicas educacionais.
O mestre Pestalozzi entendeu, apreendeu, vivenciou e aplicou, como poucos, a pedagogia do amor. Toda a sua obra educacional é, na realidade, uma ode de amor à vida e ao ser humano.
E o amor não é propriedade de nenhuma ideologia, partido político, religião, seita ou nação.
Ninguém precisa pagar royalties ou franchising, a nenhuma organização, para incrementar o amor em suas teorias e práticas educacionais, seja no lar, no templo, na escola, em qualquer lugar.
Em 1999 escrevi um artigo para uma revista de educação, abordando a educação pelo ângulo do Amor. Um amigo meu, reitor de uma universidade em São Paulo, após ler o artigo me ligou e disse: “Celso, você é um sonhador. Isso de pedagogia do amor é muito piegas”. Agradeci a crítica, mas continuei divulgando minhas ideias de sonhador…
Passados uns três anos, esse amigo me ligou para dizer que a pedagogia do amor funcionou no Colégio ligado à universidade e dirigido pela esposa dele. E me contou uma história reveladora, que vou resumir ao máximo, para o espaço reservado a este artigo.
O Colégio, todos os anos, realizava uma olimpíada interna. Selecionavam os melhores alunos, incluindo um chegado por transferência, para integrá-lo melhor à nova escola. Havia uma comissão organizadora, integrada por esses alunos. Entre eles destacou-se um aluno oriundo de outra escola. Foi o melhor de todos. Na semana seguinte a mãe desse aluno veio agradecer à diretora da escola pela oportunidade dada ao filho. E disse: “Ele era péssimo aluno. Essa oportunidade promoveu uma transformação nele. Agora é dedicado aos estudos e eu não preciso me preocupar com ele”. E o reitor me disse: “Foi a Pedagogia do Amor”. O reitor era mestrando em um programa de Educação da PUC-SP. Sua dissertação de mestrado teve por título: “A Pedagogia do Amor”…
Celso da Costa Frauches é professor, escritor, ex-secretário Municipal de Cantagalo e consultor especialista em legislação