Brasil sem oposição

*Marcos Espínola

A um ano do pleito, o alvoroço dos supostos candidatos para todos os cargos é tamanho, começando com a dança dos partidos. No contexto presidencial, aparentemente o PT fica por mais quatro anos no poder, tendo em vista uma confusa e fraca oposição, sem nenhum nome efetivamente forte para desbancar a presidente Dilma e seu mais forte aliado, o “padrinho” Luiz Inácio Lula da Silva.

A eleição de 2014 tem tudo para ser a mais “morna” da era democrática. Talvez seja a primeira vez que o presidente em exercício não tenha nenhum opositor que realmente o ameace. A polarização PT-PSDB se viu razoavelmente ameaçada em 2002, com o Garotinho, e em 2010, com a Marina Silva, mas em ambos os casos os candidatos tucanos prevaleceram como o opositor mais preparado na visão do povo, perdendo nas duas vezes. Agora, Marina Silva despontava com grandes chances de uma candidatura mais robusta e com o apoio popular, porém, sem o seu próprio partido e ingressando no PSB, do regionalista Eduardo Campos, o cenário mudou. Com a aliança meio confusa, na qual não se sabe quem ficará na cabeça de chapa, faz com que também essa opção seja pouco percebida na visão do povo, que tem nos programas populares do PT a grande vitrine.

Enfim, o perfil assistencialista empregado nos últimos 10 anos no país parece ainda não ter data para acabar, o que comprova a equivocada forma de fazer política no Brasil, no qual a real melhoria coletiva é disfarçada por programas e projetos que, no fundo, são eleitoreiros, servindo de cabide de empregos e moedas para barganhas de todas as espécies. Mas, definitivamente, hoje, no Brasil, não há oposição.

*Marcos Espínola é advogado criminalista.

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