Cantagalo é o maior produtor de leite da Serra fluminense

Números preliminares de um diagnóstico que está sendo realizado comprovam que Cantagalo continua na liderança regional da produção leiteira, com cerca de 12,5 milhões de litros anuais. Deste total, 11,7 milhões foram escoados para cooperativas de Macuco, Itaocara, Duas Barras, Carmo e Além Paraíba (MG). Mais de 830 mil litros tiveram como destino o próprio comércio de Cantagalo.

Levantamento da Emater-Rio diz que existem 631 produtores de leite em Cantagalo, que vêm aumentando a produtividade. Entre as razões para isso destaca-se a adoção de técnicas sustentáveis, implantadas com assistência técnica da Emater-Rio, como o pastoreio rotacionado, o melhoramento genético e o uso de cana forrageira e ureia na alimentação do gado.

O pastejo rotacionado, já utilizado em microbacias do Norte e Noroeste fluminense, é uma opção para os municípios produtores de leite da região. Trata-se do manejo intensivo de pastagem para a criação de gado leiteiro, em área previamente demarcada, onde o produtor desloca os animais diariamente, em piquetes delimitados por cercas elétricas. O gado permanece em cada piquete o tempo suficiente para aproveitar ao máximo os nutrientes do pasto. A técnica é uma alternativa sustentável à pecuária convencional (extensiva), porque garante uma cobertura vegetal permanente, evita a degradação do solo e preserva as nascentes e florestas.

Em Santa Rita da Floresta, segundo distrito de Cantagalo, vive o casal Vera e Cleiton Huguenin. Por 14 anos, eles apostaram na fruticultura, na apicultura e no gado de corte. Em 2007, passaram a se dedicar ao gado leiteiro, mesmo com um déficit mensal médio de R$ 800. Graças ao apoio e assistência técnica da Emater-Rio, há quase três anos eles aderiram a esse novo sistema de manejo e passaram a fechar no azul, com um lucro mensal líquido de R$ 1,5 mil. Hoje, possuem 80 cabeças de gado, produzindo em média 265 litros por dia.

Já em Euclidelândia, terceiro distrito de Cantagalo, o produtor Nardele Moreno Rohem cria vacas no sítio onde vive com a família há 15 anos. Em 2011, a média de produção do rebanho de 75 cabeças foi de 170 litros por dia, escoados para a Cooperativa Agropecuária de Macuco. Há quase três anos, começou a investir em melhoramento genético e, por esta razão, estabeleceu como meta triplicar sua produção em quatro anos.

Segundo o engenheiro agrônomo e extensionista rural da Emater-Rio em Cantagalo, Tércio Machado, este manejo apresenta um baixo custo de manutenção do pasto e gera aumento da produtividade.

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