OMS considera que menos de 2,5 médicos por mil habitantes é pouco
Um mercado restrito, cujo centro de formação mais próximo é Teresópolis, de formação cara e com poucos atrativos para os profissionais no interior do Brasil. Assim é a realidade da distribuição dos médicos na região e em todo o País. A concentração fica restrita aos grandes centros, deixando as cidades pequenas com quantidades insuficientes de médicos.
Esse é o cenário que apontou o jornal O Globo, no último domingo (8), em seu levantamento que gerou um mapa da distribuição de médicos no Brasil, com dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) de 2011. De acordo com o levantamento, dos 287.832 médicos cadastrados nessa base, apenas 13% estão em municípios de até 50 mil habitantes (que correspondem a quase 90% das cidades brasileiras e 64 milhões de pessoas).
O mapa mostra a densidade de médicos a cada 1.000 habitantes. Na imensa maioria dos municípios, a quantidade de médicos disponíveis é considerada baixa (menos de 2,5 médicos/1.000 hab.) pelos critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS). A média do Brasil é de 1,5.
Na região, o levantamento aponta que seriam necessários mais 186 médicos, além dos 628 atuais na região, totalizando 814 profissionais, para atender aos mais de 325 mil habitantes. Ao todo, a média da região foi de 1,93 médico por mil habitantes. O melhor resultado foi do município de Carmo, que alcançou média de 2,52 e foi o único a ultrapassar o número sugerido pela OMS. Sumidouro, em compensação, teria que contar com 37 médicos, mas tem apenas oito registrados no município, o que significa que seria necessário mais que triplicar o número para se chegar aos 2,5 de média.
Vale notar que os dados apresentados aqui contam o médico apenas uma vez e não refletem, por exemplo, situações de profissionais que trabalham em mais de um município. Também é importante ressaltar que o deficit de médicos indica um número mínimo aceitável pela OMS para ter uma distribuição aceitável de médicos.
O JORNAL DA REGIÃO entrou em contato com a seccional de Nova Friburgo do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) para saber a opinião do órgão a respeito do deficit regional de médicos e do levantamento relacionado ao setor, além das perspectivas da entidade de classe, mas o representande da entidade preferiu não se pronunciar sobre o tema por desconhecer os dados.