A economia do município não vai bem desde a tragédia de janeiro deste ano. O reflexo se estendeu por todo o ano, voltado ao trabalho pela reconstrução, mas que não traz boas-novas, ainda. De acordo com o sindicato, o número de demissões no setor de confecções é recorde, principalmente em novembro, um mês que, tradicionalmente, era marcado pelo registro de contratações devido às vendas de final de ano.
Para agravar a situação, o quadro não é reflexo apenas de cortes para redução de despesas, mas de fechamento de várias empresas, que não conseguiram se recompor das perdas sofridas em janeiro, quando a cidade teve várias áreas devastadas pelo temporal, que matou centenas de pessoas. Dados mostram que pelo menos dez empresas encerraram suas atividades somente nas últimas semanas, sem falar nas que preferiram deixar a cidade e se instalar em municípios vizinhos. Este é o caso, por exemplo, da It, que se mudou para Petrópolis, desempregando cerca de 100 trabalhadores em Nova Friburgo. A Filó, uma fábrica da multinacional Triumph na cidade, e que, sozinha, emprega 500 trabalhadores, dispensou pelo menos 67 empregados por causa do encerramento do setor de malharia. E ainda há previsão de novas baixas até o final de dezembro.
Por outro lado, o sindicato também acredita que muitos desses novos demitidos podem estar aproveitando para adquirir máquinas, utilizando o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), facilmente liberado desde a tragédia de janeiro, para montarem negócios próprios sem deixarem o setor, principalmente na área de facção, quando as empresas trabalham como prestadoras de serviços para outras, sem lançarem selo próprio e sem comercializarem.
Responsável por empregar mais de 14 mil pessoas na região, o setor de vestuário, com mais de 1,5 mil empresas formais, também carece de mais atenção e ações do poder público, o que também pode estar levando o polo de confecções a sofrer um baque, sem falar na concorrência vinda de outros estados, como o Ceará, por exemplo, que já está entre os maiores do país.