Por incrível que nos possa parecer, em pleno século XXI, quando já deveríamos estar pousando em outros mundos, vivenciando outras realidades, nós ainda não nos libertamos desse nosso velho e desgastado planeta. Possuímos todas as tecnologias, dominamos o ar, a água e o fogo, mas não conseguimos dar um novo sentido à nossa vida. E o hoje é sempre sem história, ou melhor, com as mesmas histórias. Estamos estagnados nessa nave que nos leva a lugar nenhum, voando sem sair do lugar. O futuro parece que já passou. Por isso, pedimos para que você pense.
A profecia do fim do mundo, que marcou a passagem do século XX, assinalou o fim das utopias. Não há mais tempo para sonhar (aí, de certa forma, o mundo acabou). Embora percebamos os jovens mais maduros e os idosos mais atuantes, sentimos que são incapazes de modificarem o hoje, preparando, assim, o amanhã. Não há uma renovação de valores e ideias. A arte está estagnada e a reprise é a tônica do momento. Os grandes pensadores pertencem ao passado.
O desenvolvimento técnico-científico curou muitas doenças que abalaram a humanidade durante séculos. O desenvolvimento das comunicações encurtou distâncias, mas ainda sabemos de guerras, fome, misérias e intolerâncias que deterioram a espécie humana. Grande parte dos municípios brasileiros não tem tratamento de esgoto, saneamento básico e ainda existem domicílios, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, sem água encanada. Nós merecemos um mundo melhor do que este que se nos apresenta, onde a violência da má distribuição de renda distribui a violência a todas as camadas sociais.
Se não temos como sair desse planeta que já dá sinais de mudanças, vamos aproveitar essas mudanças para reinventá-lo, para mudarmos também. Quem sabe não possamos dirigi-lo, dirigindo-nos também a um novo tempo, onde ninguém poderá ter tanto que não possa contar, nem tão pouco que não possa viver, pois, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), cerca de 900 milhões de pessoas não têm o que comer, vivem de migalhas, aproximadamente cinco Brasis.
Dê um tempo em tudo o que estiver fazendo e comece a raciocinar um mundo novo, cheio de oportunidades para todos e que a solidariedade não seja um privilégio apenas dos mais humildes.
Ativar o pensamento, onde todos só querem consumir o que está pronto, não importando se bom ou ruim, é uma aventura. Grande parte do povo não se interessa por isso. Os professores, sem o suporte da educação de base ignorada pela família, vivem perdidos em suas salas de aula, só transmitem programas pré-determinados, não incentivando o pensamento crítico e analítico. Desta forma, a educação e as igrejas são cadeias alienadoras de pensamentos.
E, assim, fica o nosso convite para que você pense.
*Plínio Teixeira de Araújo é funcionário da Prefeitura de Cordeiro.