Desordem

Lá está escrito, em letras grandes, na Bandeira do Brasil, uma insígnia que deveria prevalecer como orientação e determinação para o povo brasileiro: ORDEM e PROGRESSO.

As últimas manifestações de vandalismo que vêm ocorrendo em vários estados brasileiros – sobretudo Rio e São Paulo – representam, inequivocamente, por sua impunidade, um atestado de desordem e flagrante desrespeito ao que está escrito na Bandeira Brasileira. Enxertados nas manifestações de protesto, legais e democráticas, vândalos mascarados destroem e queimam propriedades públicas e particulares, à revelia das leis e da repressão.

É mister que o povo seja informado sobre se é ou não permitido o uso de máscaras para, covardemente, se ocultarem das práticas de vandalismo. Se não é permitido, porque é que não se tomam as medidas necessárias? A polícia, a despeito de seus eventuais excessos, parece estar de pés e mãos atados, mesmo em relação a medidas legais. Quando, eventualmente, prende algum detrator, esse – mesmo sendo um criminoso, passagens precedentes pela polícia – é, logo, liberto, inexplicavelmente, por alguns juízes altamente suspeitos de falta de idoneidade, mesmo sem qualquer julgamento.

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) é, sem dúvida, um digno representante da banda saudável da Justiça – felizmente, a maior das duas bandas. Seria muito bom se esse conselho propugnasse por uma lei que exigisse que o alvará de soltura para presos por crimes de violência ou alta corrupção ou o julgamento de casos de alta repercussão social só fosse expedido sempre por uma junta de três a cinco juízes, (de corpo presente, durante a decisão da soltura). Dessa forma, a corrupção do Judiciário (banda podre) seria quase reduzida a zero. Em sua maior parte, esse vandalismo decorre da incompetência dos governadores de Rio e de São Paulo, que, por sua imperícia, não conseguiram conquistar o respeito da população e que, por isso, não se sentem, agora, com moral para efetuar qualquer tipo de repressão e dão uma de bom moço, sem coragem de agir. A própria presidenta Dilma se limita a nominar tais vândalos como desordeiros ou outros adjetivos, sem tomar as medidas necessárias. O povo está pasmo, boquiaberto e amedrontado, ante tanta desordem, com o beneplácito de nossas autoridades executivas e judiciárias, municipais, estaduais e federais.

*Erly Bon Cosendey é professor de pediatria aposentado pela UFRJ.

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