E o desenvolvimento da região?

Reuniões dos prefeitos há pouco realizada com a intenção de se buscar desenvolvimento econômico para a Região Centro-Norte Fluminense parece haver entrado em hibernação, possivelmente traumatizada pelo litígio por acerto de limites entre os municípios de Macuco e Cantagalo, já que tal divergência tem aspectos políticos e econômicos. 

Evidentemente que, situados em uma área que tem poderosas indústrias instaladas, com forte contingente de pessoas empregadas, essa questão deixa em aberto problemas de natureza política que podem criar problemas de relacionamento, que, em princípio, deverão ser debatidos, e tais debates podem criar fissuras no ambiente que necessitam união de esforços para se encontrar uma saída para a pobreza da nossa região.

É de se lamentar que exatamente quando a Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) se interessa em fomentar a união de todos em torno de objetivos comuns, seja agravada uma situação que já faz muitos anos vem sendo questionada no Supremo Tribunal Federal depois de vencidas instâncias inferiores. Pensamos que, a despeito dessa questão, os encontros deveriam ser mantidos para que se busquem saídas, já que a nossa pobreza pode ser minimizada se os trabalhos forem conduzidos com inteligência e desprendimento, sem vaidades e com o espírito aberto para um diálogo sadio.

Embora não encontre eco entre os dirigentes municipais, continuo defendendo a ideia de que a visão dos prefeitos deveria se voltar para uma área esquecida e mesmo abandonada, que é a rural. Com milhares de hectares absolutamente perdidos, com enorme potencial de exploração, que poderia ser o plantio de florestas de eucalipto e seringueiras, e, com isso, criando a possibilidade de indústrias nessa área. Os vizinhos estados de Minas Gerais e Espírito Santo são fortes exemplos que deveriam ser seguidos, já que enriqueceram o interior com políticas inteligentes, explorando esse potencial. Parece que nossos dirigentes e políticos em geral não enxergam essa grande riqueza, abandonada e entregue à própria sorte.

*Joel Naegele é vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), conselheiro do Sebrae-RJ (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio de Janeiro) e membro da Câmara Setorial de Agronegócios da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro).

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