Em compasso de espera

Já lá se vão alguns meses que os prefeitos da nossa região se reuniram e formaram uma associação para lutarem pelo progresso e crescimento da nossa empobrecida e sempre esquecida região. Como se sabe, não é a primeira vez que os prefeitos se juntam em almoços, conversam, estabelecem determinados compromissos, são fotografados, espelham suas preocupações, ameaçam providências e, pouco tempo depois, o assunto é esquecido e os projetos e sonhos vão ficando no limbo e nada se concretiza. Penso que isso está se repetindo, já que o tempo está correndo, a crise aconteceu, o ambiente econômico perdeu substância e, mais uma vez, o sonho da região vai se desvanecer.

Na verdade, penso que qualquer projeto sério a ser desenvolvido será sempre de prazo longo e planejado por especialistas e estudiosos de matéria econômica, já que, como não somos “milagreiros”, não será com um estalar de dedos que iremos transformar uma região, que parece ter se acostumado com a pobreza, a mudar de patamar. O interior do nosso estado é ridiculamente pobre, não só de dinheiro, mas, principalmente, de ideias práticas e projetos baseados na nossa realidade.

Tenho feito palestras programadas pelo ‘Programa Despertar’, que tem a chancela do Grupo Lafarge, cujo objetivo é passar informações aos estudantes que estão terminando o ensino fundamental e do ensino médio, a respeito das inúmeras profissões a serem escolhidas, assim como despertar, em cada um deles, vocações adormecidas que precisam e devem ser objeto de preocupações de pais e professores. Meu tema preferencial é o ‘Agronegócio’, cujo desempenho exportador nos tem proporcionado bilhões de dólares indispensáveis para o equilíbrio das contas externas do País. Claro que não temos áreas baixas e nem mesmo o clima do Centro-Oeste brasileiro, assim como não possuímos topografia e efeitos climáticos da Região Sul, mas temos, como Minas Gerais e Espírito Santo, clima, áreas e topografia que se prestam para o cultivo de madeira, que pode e deve merecer a atenção dos prefeitos.

Nos estados acima lembrados, existem indústrias madeireiras que poderiam também ser instaladas em nosso estado, caso venhamos a ter madeira aqui produzidas. E nós possuímos as condições ideais para que isso se torne realidade. Basta vontade política e disposição.

*Joel Naegele é vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, conselheiro fiscal do Sebrae-RJ e membro da Câmara Setorial de Agronegócios da Alerj.

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