Com o intuito de discutir as perspectivas econômicas para o próximo ano, a presidente da Representação Regional da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Nelci Layola Porto, convocou uma reunião com empresários no último dia 20 de janeiro, que contou com a participação do secretário de Fazenda de Nova Friburgo, Juvenal Condack. A apresentação do cenário econômico ficou a cargo do gerente de Estudos Econômicos do Sistema Firjan, Guilherme Mercês.
Duas características no país foram destacadas como principais pelo especialista aos ouvintes e empresários: a alta inflação e o baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). De acordo com Mercês, esses fatores já vêm se desenvolvendo ao longo dos anos e prometem se intensificar em 2014. Isso acarreta a desaceleração do crescimento econômico e da geração de emprego em todo o território nacional.
Ao falar da Região Centro-Norte Fluminense, que abriga o município de Nova Friburgo e adjacentes, o especialista apresentou uma curva crescente de empregos nos últimos meses, diferente do que acontece no resto do estado. Isso se deve, principalmente, ao setor de construção civil, conforme aponta pesquisa elaborada pela Firjan com dados Caged/MTE (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego).
A nível internacional, Mercês destacou a crescente recuperação dos Estados Unidos, que deve continuar este ano. Já para o Brasil, as expectativas não são tão otimistas e acontece o que o especialista chama de efeito “de volta para o futuro”. Ele comenta que as características que compõem o cenário atual já foram detectadas em outras crises econômicas: inflação e taxas de juros altas, baixo crescimento do PIB, desequilíbrio de contas públicas e desequilíbrio de contas externas.
– Hoje, há uma grande parcela do mercado bastante preocupada, com uma visão negativa da política econômica e da capacidade do governo em lidar com isso – afirmou o gerente de Estudos Econômicos da Firjan.
Alguns empresários presentes à reunião, no entanto, discordaram da visão pessimista e afirmaram manterem-se otimistas para o próximo ano. Para Nelci Layola, este é apenas um panorama econômico e a situação pode apresentar-se de maneira diferente no próximo ano devido a diversos fatores. “É importante, no entanto, termos um entendimento do que nos aguarda para que possamos trabalhar com os pés firmes no chão”, concluiu Guilherme Mercês.