Estação ferroviária está abandonada em Leitão do Cunha, em Trajano de Moraes

Estação ferroviária está abandonada em Leitão do Cunha, em Trajano de Moraes
Estação ferroviária está abandonada em Leitão do Cunha, em Trajano de Moraes

A médica veterinária Renata Fraga Heizer levantou nas redes sociais a situação do prédio da Estação Ferroviária em Leitão da Cunha, no interior do município de Trajano de Moraes, que está abandonado e caindo em pedaços. “Nossa história indo para o chão…”, afirmou.

 Estação Ferroviária em Leitão da Cunha, no interior do município de Trajano de Moraes
Estação Ferroviária em Leitão da Cunha, no interior do município de Trajano de Moraes

Renata Fraga lamenta também que outras estações ferroviárias no município de Trajano de Moraes foram destruídas ou abandonadas. “A de Visconde já era… A do Centro, há muito tempo… Só restou essa e a Parada antes de Dr. Loretti, vindo de Trajano…”, lamentou.

O ramal que ligava Entroncamento (Conde de Araruama) a Ventania (Trajano de Moraes) teve a linha entregue em 1878 até Conceição e no ano seguinte até Triunfo (Itapuá) e Ventania, pela E. F. Barão de Araruama. Somente em 1896, já com as linhas de posse da Leopoldina, foi entregue a continuação até Visconde do Imbé e em 1897 a Manoel de Moraes. Antes disso, em 1891, o engenheiro Ambrosino Gomes Calaça havia aberto uma linha entre Ventania e Santa Maria Madalena, estabelecendo outro ramal. Logo após a inauguração, a linha foi vendida à Estação Ferroviária Santa Maria Madalena, e em 1907 à Leopoldina. Dependendo da época, a linha principal era Conde de Araruama-Madalena, ou Conde de Araruama-Manoel de Moraes, com o outro trecho sendo o ramal, ou seja, passando por baldeação ou espera em Trajano de Morais. Em 31 de agosto de 1965, o trecho a partir de Triunfo foi suprimido, ou seja, o entroncamento de Trajano de Moraes já não era alcançado. Os trens de passageiros ali já tinham sido suprimidos em 31 de março de 1963. Em 1966 ou 1967, o que restava do ramal acabou de vez. O trecho entre Conde de Araruama e Conceição de Macabu ainda funcionando para a Usina Victor Sence, até o início dos anos 1990. Com a sua desativação, os trilhos foram arrancados. A estação foi inaugurada com o nome de Ventania, em 1891. Em 1892, passou a se chamar Trajano de Moraes.

Estação de Trajano de Moraes
Estação de Trajano de Moraes

Um dos relatos da última viagem no ramal, com a locomotiva partindo da estação de Santa Maria Madalena. “Lembro-me bem do derradeiro dia em que o trem deixou a estação. Com sonoro e melancólico toque do sino é dada a saída precisamente às 6 horas e 20 minutos. Muita gente lá estava para a despedida. Vagarosamente vai deslizando pelos trilhos até a curva da chácara do Américo Lima. Aí faz uma paradinha, ouvindo-se um agudo e angustioso apito, fazendo de conta como se fosse um adeus para sempre. E lá se foi pela estrada afora, deixando uma baforada de fumaça que pouco a pouco foi desaparecendo. O carro misto de 1ª e 2ª classe estava todo ornamentado de hortências azuis e rosas, repleto de passageiros. Por onde ele passou, Loreti, Trajano de Moraes, Leitão da Cunha, o trecho da serra, vendo-se lá embaixo o rio Triunfo e o Conceição, as manifestações de despedida foram as mais sentidas e expressivas”, afirmou Octavio Fajardo Rodrigues.

O dia da extinção do trem foi 31 de março de 1963.

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