O Hospital Colônia Teixeira Brandão, no município de Carmo, foi desativado há 10 anos. Foi criado, na cidade, o Serviço de Residências Terapêuticas, que transforma aqueles que, um dia, foram chamados apenas de pacientes, em moradores da cidade. Em Carmo, já são 21 casas com 117 pessoas portadoras de distúrbios mentais.
Graças aos benefícios financeiros recebidos pelos participantes, aos empregos gerados para os profissionais e às visitas de pesquisadores e estudantes, a Prefeitura estima que estejam sendo injetados cerca de R$ 7 milhões por ano na cidade de Carmo. Essa receita representa a segunda fonte de arrecadação do município.
– Como recebem um auxílio financeiro de cerca de R$ 1,2 mil do INSS e do programa de Volta para Casa, do Governo Federal, movimentaram os setores de comércio e serviços. Toda a receita que envolve o projeto com os ex-internos de hospitais psiquiátricos equivale, para nós, ao que geraria uma indústria – garante o prefeito de Carmo, César Ladeira (PT).
O projeto de residências terapêuticas existe em várias cidades do país e ganhou força a partir de 2001, quando foi sancionada uma lei federal reorientando as diretrizes do sistema psiquiátrico.
A instituição, criada em 1947, teve sua história marcada por denúncias de maus tratos. Nos pavilhões, os pacientes eram divididos em baias. Desativados em 2005, os galpões do Hospital Colônia Teixeira Brandão passam por reformas, e serão transformados em um parque de exposições de gado e cavalos.
O projeto das casas tem a colaboração dos três executivos: municipal, estadual e federal. A União se encarrega da concessão do benefício financeiro aos moradores. O Governo do Estado é responsável pela criação de um sistema de atendimento aos usuários, para que eles mantenham uma boa qualidade de vida. Somente cuidadores são 112. Há, ainda, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que auxiliam no suporte técnico, além de centros de convivência. As residências são alugadas com o auxílio da Prefeitura.