A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) enviou ao governador do estado, Luiz Fernando Pezão (PMDB), em 24 de fevereiro, sugestões de medidas para minimizar as consequências da crise hídrica e preparar a população e as indústrias para o enfrentamento de um período prolongado de escassez.
O setor industrial, responsável por 827 mil empregos diretos, já vem fazendo sua parte: nos últimos dois anos, 56,7% das indústrias fluminenses adotaram ações de racionalização do uso água, o que levou a uma redução de 25,6% no gasto de água nesse período. Os dados são de pesquisa da Firjan.
Desde o início do ano passado, o volume de água dos quatro reservatórios localizados no Rio Paraíba do Sul, responsável pelo abastecimento de 75% do estado do Rio, vem diminuindo e ameaça o fornecimento constante de água para mais de 12 milhões de pessoas e mais de 3,8 mil indústrias, somente no estado do Rio.
Desde então, algumas ações foram implementadas pelos órgãos responsáveis, sendo a de maior reflexo a redução das vazões transpostas do Rio Paraíba do Sul para a Bacia do Rio Guandu. Hoje, essa vazão alcança o menor valor já praticado em 85 anos. O Sistema Firjan tem representado e apoiado as indústrias fluminenses, desde o início dessas discussões, na busca de soluções que minimizem os impactos dessas reduções na disponibilidade de água e em suas atividades.
Na carta ao governador, o presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, destaca a importância de investimentos em saneamento. Um rio saneado é sinônimo de novas fontes de abastecimento. Entre as medidas sugeridas pela federação há, por exemplo, a aceleração da implementação da Nova Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu, que atenderia adicionalmente 4,5 milhões de consumidores na Baixada Fluminense e Região Metropolitana. A criação de condições diferenciadas e incentivadas para projetos de dessalinização de água do mar é outra ação fundamental apontada pela federação.