Filho de Antônio Manoel de Paula e Margarida Rosa Curty de Paula. Casou-se com Eugênia Helena da Silva Paula, com quem teve sete filhas e um filho: Aidê, Isaura, Zoraide, Irene, Irinéa, Maria, Tarcília e Nelson Marcelino de Paula.
Foi fazendeiro, exercendo a profissão de agropecuarista, em São Sebastião do Paraíba, onde viveu grande parte de sua vida.
Fatos marcantes de sua vida:
– Em seu primeiro mandato de prefeito (1923 a 1927) conseguiu através de seu empenho junto ao então Governador do Estado Feliciano Sodré, a abertura da estrada que liga São Sebastião do Paraíba à sede do município. Estrada construída através do empenho da palavra do Governador de que quando obtivesse recursos cobriria as despesas da construção. Assim, o Cel., com a ajuda dos colonos da fazenda, construíram a estrada. Por ocasião de sua inauguração, com o presença do Governador, a parte financeira foi devidamente quitada. Com alegre festejo a referida via recebeu o nome de Estrada Feliciano Sodré. Este fato solidificou sua permanência na vida pública. Ao ingressar na política exerceu os mandatos de vereador, prefeito por dois mandatos (1927-1929) e (1949-1950) e o cargo de suplente de Senador. Todos pelo Partido Social democrático (PSD), que tinha como Presidente Nacional o eminente homem público: Ernani do Amaral Peixoto.
– Proporcionou o candidato do PSD à Presidência da República, Dr. Cristiano Machado, grande vitória neste município, quando foi derrotado em todo território nacional por Dr. Getúlio Vargas, candidato do PTB. Este feito solidificou a amizade e a fidelidade do governador do Estado, Ernani do Amaral Peixoto, com o Cel. Manoel Marcelino de Paula.
Através desta demonstração de lealdade partidária, foi lhe oferecida a Escola Normal Rural, única no Brasil. Este projeto experimental ia ser implantado no Rio Grande do Sul (São Borja), terra natal de Dr. Getúlio Vargas, sendo transferida para Cantagalo, em almoço no Palácio do Catete, à convite do Presidente da República. A mesma funcionou por vários anos. Destinava-se às moças da zone rural que durante dois anos estudavam em regime de internato, ao final formavam-se em professoras, com o compromisso de voltarem para suas propriedades rurais onde assumiriam uma escola, geralmente em sedes de fazendas.
– Conseguiu, através do Governador Ernani do Amaral Peixoto, um Grupo Escolar para a sede de cada distrito de Cantagalo. Para o Grupo Escolar Lameira de Andrade fez uma exigência especial ao então secretário de obras do Estado, Dr. Arêas Leão, que a edificação, dentre as mais modernas da época, servisse para, no futuro, abrigar uma faculdade.
Em se tratando do colégio de São Sebastião do Paraíba, o governador fez questão de homenageá-lo, denominando-o de “Cel. Manoel Marcelino de Paula”.
– Por sua solicitação foi criada a Agência dos Correios de Cantagalo.
– Fez permanecer a Agência do Banco do Brasil, sendo uma das mais antigas do estado, prestando, até hoje, relevantes serviços ao desenvolvimento econômico do Município.
– Solicitou e doou o terreno chácara para a construção do DER (Departamento Estrada de Rodagem 8ª Residência.
– Solicitou o alargamento da Estrada que liga a sede do município a Euclidelândia.
– Solicitou a instalação de telefone público para todos os distritos de Cantagalo. Tendo sido inaugurado o telefone de São Sebastião do Paraíba no dia de seu aniversário, por iniciativa do Governador do Estado, Ernani do Amaral Peixoto.
– Edificou duas importantes pontes na sede do 1º Distrito, uma no Bairro Triângulo e outra na Praça Miguel de Carvalho, em frente ao Hospital.
– Abriu várias ruas, na sede do Município.
– Tinha cuidado especial na conservação de todas as estradas vicinais.
– Doou ao Hospital de Cantagalo, uma considerável área de terra, de sua chácara, onde hoje funcionam os ambulatórios.
– Na Rua Getúlio Vargas, doou uma faixa de terra à Secretaria de Segurança, por ocasião da construção da cadeia pública. Esta faixa de terra era parte do quintal de sua casa.
– Juntamente com Manoel Pinto Vilela e outros cantagalenses, criou a Cooperativa Agropecuária de Cantagalo.
2º fato: Quando do término da Revolução de 1930, foi procurado por um portador do Capitão Otaviano de Oliveira (Comandante do Contingente de São Sebastião do Paraíba, pois as Forças chegavam através do Rio) solicitando que conseguisse a chave do Cine Teatro Elias, onde seriam abrigados os soldados do referido contingente. Apesar de suas ideias antirrevolucionárias, seu espirito humanitário o levou à busca de abrigo aos revoltosos.
– Embora tivesse a patente de Coronel, nunca foi registrada nenhuma violência que tenha praticado o que era comum em sua época
Era um homem de caráter firme, ciente de seu poder e consciente de suas responsabilidades.
Com pouco estudo, porém com um agudo senso de liderança o Cel. Manoel Marcelino de Paula estava sempre atualizado, seja pela leitura de jornais que assinava, pelos jornais falados nas estações de rádio e informativos vários em matéria político-administrativa. Sociável, sua casa estava sempre à disposição dos amigos e correligionários e muitos adversários políticos, com os quais mantinha amizade. Mesmo no final de sua vida, quando perdeu quase por completo a visão, fazia questão de apertar a mão de todos e demonstrar alegria pela visita.
Coronel Manoel Marcelino de Paula, um Político com “P” maiúsculo.
