Em reunião convocada em caráter de urgência, ocorrida no dia 10 de fevereiro, no Centro Cultural Ione Pecly, da qual participaram secretários de governo, vereadores, profissionais de saúde e jornalistas da imprensa regional, o prefeito de Cordeiro, Leandro Monteiro (PCdoB), abordou a grave crise instalada no Hospital Antônio Castro e informou a decisão tomada pela administração para sanar os problemas.
Durante o encontro, Leandro Monteiro apresentou o Decreto Municipal nº 010/2015, datado de 10 de fevereiro de 2015, confirmando a intervenção imediata da administração municipal no Hospital Antônio Castro, entidade de saúde de caráter filantrópico, conveniada ao SUS (Sistema Único de Saúde) e que presta serviços à Prefeitura de Cordeiro.
Segundo o prefeito, a intervenção foi adotada após orientação do Ministério Público (MP) posteriormente à realização, pela 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo de Cordeiro, auxiliada por membros do Gate (Grupo de Apoio Técnico Especializado), de inspeção nas dependências do Antônio Castro, no dia 29 de janeiro, quando foram detectadas graves irregularidades na prestação de serviços médicos disponibilizados à população.
No intuito de resguardar o direito constitucional da população aos serviços de saúde – que no caso do Hospital Antônio Castro atingiram níveis inaceitáveis – o prefeito Leandro Monteiro chamou para si a responsabilidade e comunicou publicamente a assinatura do Decreto de Intervenção Temporária no Hospital Antônio Castro pelo período de 180 dias.
Com validade imediata, o decreto prevê, ainda, a dissolução de todos os conselhos do hospital, que passa a ter como interventor direto o secretário de Saúde de Cordeiro, Márcio Barbas, que atuará com plenos poderes na mencionada instituição de saúde.
– Conclamo os munícipes, incluindo empresários, industriários, comerciantes, líderes religiosos e comunitários a se unirem para contribuir conosco na gestão do hospital, que é de suma importância para nosso povo. Vamos tomar ciência da real situação e mover todos os esforços para resolver as questões mais emergenciais, tudo com transparência e responsabilidade – declarou Leandro Monteiro.
Em entrevista à Rádio 94 FM, as autoridades municipais informaram que a dívida do Hospital Antônio Castro poderá chegar a R$ 10 milhões, envolvendo dívidas trabalhistas, com fornecedores, funcionários e previdência social.
Em ações trabalhistas que ainda não foram julgadas, o valor chega a R$ 4 milhões. Recentemente, a diretoria anterior do hospital tentou negociar com a União uma dívida de R$ 1 milhão, através do Reforsus, mas não conseguiu pagar as prestações mensais. O valor inicial desta negociação foi de R$ 140 mil, na primeira parcela, e as restantes seriam de R$ 35 mil.