Jornais impressos são tema de debate em congresso

Destaque ainda é a imprensa local e regional, que ganha mais força

Com o advento da internet, o jornal impresso vai morrer? A pergunta acabou se tornando o principal tema das discussões no 41º Congresso da Associação dos Jornais do Interior (Adjori), que foi realizado em Itapema, no estado de Santa Catarina.  “Por enquanto, vai prevalecer uma ambivalência, uma coexistência, até que o jornal desapareça”, vaticinou a jornalista Tereza Cruvinel, mediadora do painel ‘A Notícia’ como matéria para as diferentes plataformas. O debate contou, também, com a participação do secretário estadual da Comunicação Social de Santa Catariana, Nelson Santiago, para quem “os jornais impressos precisam ter seu site e precisam usá-lo com agilidade”.

Quem pensa que o noticiário via internet precisa ser exclusividade dos grandes centros, pode estar enganado. “Quanto menor a cidade, mais necessidade da web”, opinou Santiago, explicando que nessas localidades a logística de distribuição de um impresso é de difícil execução.

O painel contou, ainda, com a participação da coordenadora geral de relações com a imprensa regional da Presidência da República, Magda Lúcia Dias. Ela salientou que ainda é cedo para um prognóstico. “É uma questão imprevisível”. Já o secretário da Comunicação do Governo do Estado de Santa Catarina foi mais contundente: “se o jornal, impresso ou on line, tiver credibilidade e relevância, vai sobreviver”, ressaltou Santiago.

A palestra que o senador Luiz Henrique da Silveira proferiu na abertura do 41º Congresso da Adjori pode ser resumida em duas frases: “o global se apoia no local” e “o jornal não deve brigar com a internet e sim se valer dela”. Ao abordar o tema ‘O Avanço da Tecnologia e os Desafios do Jornalismo’, o senador, falando para uma plateia de aproximadamente 200 pessoas, disse que “estamos vivendo o admirável mundo novo, no qual toda a capacidade de armazenamento de dados usada para levar o homem à lua cabe, hoje, em um aparelho celular”.

Luiz Henrique defendeu a descentralização como forma de governo e como forma de informação. “O que interessa para o cidadão é a notícia local, a notícia regional, a notícia de onde se vive”. Para ele, as publicações do gênero são lidas pelas famílias e, por isso, têm alto nível de fidelização.

Na abordagem, o senador do PMDB catarinense alertou que os profissionais do jornalismo local precisam ficar atentos, porque o avanço da tecnologia é de tal intensidade que pode não ser devidamente acompanhado. “Precisamos cuidar para que não morra (o jornal impresso) este instrumento de aprofundamento da super mídia, essa avalanche de informações que recebemos todos os dias”, disse.

O senador pregou, ainda, a democratização dos jornais, alertando que eles são cada vez mais “consumidos” pelas elites. “É preciso espraiar esse fenômeno entre as classes menos favorecidas”, declarou.

As mudanças no formato de produção de notícias e o monitoramento de conteúdos através das mídias sociais foram os temas que pautaram a palestra “Como a Tecnologia pode Influenciar e Ajudar as Empresas Jornalísticas”. O assunto foi abordado pelo executivo de midmarket da IBM Brasil, Paulo Castro, durante as atividades do 41º Congresso Adjori-SC.

Os jornais impressos devem estar preparados para realizar adaptações e investimentos. Para ele, os veículos impressos devem se reinventar, incorporar novas ferramentas, para atender um público cada vez mais “conectado” e segmentado em nichos de interesse. Castro salientou, ainda, a importância dos mercados regionais, visto que, para ele, os jornais impressos carregam o status de credibilidade nas comunidades onde atuam. Ele voltou a destacar a importância dos jornais locais e regionais.

A Adjori-SC é presidida pelo jornalista e empresário Miguel Gobby, que também presidi a Adjori-Brasil.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

COMPARTILHE

Share on facebook
Share on whatsapp
Share on twitter
Share on linkedin
Share on email