A expectativa foi grande, mas o cantor surpreendeu a todos chegando na véspera da apresentação. Foi aí que ele se colocou à disposição da mídia local e regional para falar a respeito de sua vida de cidadão e intérprete da Música Popular Brasileira (MPB). Entre as músicas de seu repertório, o inesquecível Noel Rosa, o “poeta da Vila”, lembrado em boa hora pelo seu fã mais ardoroso: José Carlos Garcia Nunes, que a cidade inteira conhece pelo pseudônimo de Brahminha. Foi ele (Brahminha) que teve a iniciativa de montar um painel com quadros representativos da vida de Noel Rosa (com capas de LP) e um pequeno banner citando as músicas de maior sucesso e autoria do poeta da Vila. Entre os nomes de intérpretes, lógico, figura Martinho da Vila. Foi o presente que lhe foi entregue na véspera do show tão esperado.
“Quem quiser saber meu nome, não precisa perguntar. Sou Martinho lá da Vila, partideiro devagar. Quem quiser falar comigo, não precisa procurar. Vá onde tiver samba, que eu devo estar por lá.” Esta é a primeira frase encontrada na biografia de Martinho da Vila, inserida no seu site oficial na internet. Martinho José Ferreira é o seu nome de batismo. Nasceu no dia 12 de fevereiro de 1938, em Duas Barras. Oriundo da zona rural e filho de lavradores, saiu da Fazenda Cerro Grande com 4 anos de idade para morar e trabalhar no Rio de Janeiro.
Quando ganhou fama e alcançou a glória, Martinho da Silva retornou à fazenda onde havia nascido. Como a fazenda estava à venda, não hesitou em comprá-la, tornando-se dono e produtor rural. Passou a chamá-la de “Meu off Rio”.
Criado na Serra dos Pretos Forros, aprendeu sua primeira profissão: auxiliar de químico industrial. Cursou, depois, a Escola de Instrução Especializada, tornando-se escrevente e contador, profissão que abandonou em 1970, quando se revelou para a MPB, como compositor e cantor profissional. Além disso, tornou-se escritor, com mais de dez livros editados até agora.