Semana passada, o Governo do Estado do Rio de Janeiro criou o Polo da Cachaça do Vale do Café, que agrega apenas municípios do Sul fluminense. Por conta disso, uma das melhores bebidas do mundo em 2013 e 2014 ficará de fora do polo. Trata-se da marca Da Quinta, de Carmo, que foi premiada com a Grand Gold Medal em 2013 e com a Gold Medal em 2014, no Oscar das bebidas, o Concours Mondial Spiritis Selection.
Além da cachaça mais famosa do Brasil, ficaram de fora diversas outras cachaças da região, que não foram incluídas no projeto. Assim como Carmo, Cantagalo, Nova Friburgo e Santa Maria Madalena, entre outros, têm uma tradição histórica na produção da bebida.
Atualmente, os produtores legalizados e formais da região produzem cerca de 700 mil litros de cachaça por ano. A mão de obra direta ligada à produção da bebida soma cerca de 400 profissionais. A criação do Polo da Cachaça do Vale do Café deve aumentar a geração de empregos na região, criando mais de 200 novos postos de trabalho. Além disso, vai ajudar os proprietários dos alambiques a terem acesso à participação em feiras e mercados ligados ao produto.
– A cachaça gera uma receita muito importante para o nosso estado. Hoje, os produtores atuam de forma isolada. Com o polo, vamos ajudá-los a organizar um roteiro, que será comercializado por agências de turismo e que vai contar com guias locais que acompanharão os turistas nas visitas, com direito a degustação das cachaças – explicou o secretário de Estado de Turismo, Cláudio Magnavita.
– A cachaça é nobre, é uma das bebidas com maior gosto sensorial – afirma Katia Alves do Espírito Santo, presidente da Associação dos Produtores de Cachaça do Estado do Rio (Apacerj) e proprietária da Cachaça da Quinta.
A Apacerj estima que a indústria fluminense exporte US$ 4 milhões por ano e empregue cerca de duas mil pessoas nos processos de plantação de cana, fabricação e comercialização do produto. Ao todo, são 50 empresas no estado dedicadas à aguardente, entre fabricantes e engarrafadoras. Das 30 companhias com certificado do Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro) no país, nove estão localizadas no Rio, um dos cinco maiores produtores. Além da Cachaça da Quinta, são certificadas as marcas Coqueiro, Pedra Branca, Engenho D’Ouro e Paratiana (Paraty), Fazenda Soledade (Nova Friburgo), Menina do Rio (Sapucaia), São Miguel (Quissamã) e Werneck (Rio das Flores).
Presidente do Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), Vicente Ribeiro diz que essa indústria já movimenta R$ 8 bilhões por ano e tem potencial para ir além. “O país fabrica 800 milhões de litros de cachaça por ano, mas tem capacidade para 1,2 bilhão. Não se chega a produzir mais por falta de mercado”, aponta.
Ribeiro lamenta que apenas 1% da produção nacional seja exportada (US$ 15 milhões). “O maior interesse dos estrangeiros ainda é em comprar a nossa cachaça para fazer caipirinha. O fato de uma cachaça premium ter vencido o Concurso Mundial de Bruxelas ajuda a mostrar que as cachaças de alto nível também merecem destaque”, diz.
Eleita a bebida mais saborosa entre 800 destilados dos quatro cantos do planeta, a Cachaça da Quinta desbancou uísques, vodcas, conhaques e tequilas no tradicional Concurso Mundial de Bruxelas, que chegou à sua vigésima edição em maio deste ano.
A ‘branquinha’ é fabricada desde 1923 em uma fazenda. Além do alambique, o ambiente ameno da serra é um dos segredos da campeã. “Carmo tem um microclima muito propício ao desenvolvimento da cachaça, desde a plantação da cana de açúcar até o armazenamento e envelhecimento no barril”, diz Kátia.
São cerca de 400 litros da bebida por dia, que ficam armazenados em barris por até dois anos. A produção anual é de 100 mil garrafas, comercializadas no mercado por R$ 40 a R$ 50 cada.
Para atender à agricultura, Prefeitura de Nova Friburgo recebe retroescavadeira e caminhões
A Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Nova Friburgo recebeu novos equipamentos para reforçar a frota que atende as estradas vicinais e áreas rurais. Uma retroescavadeira e três caminhões caçamba foram adquiridos através de uma emenda parlamentar e poderão ser utilizados a partir do mês de novembro.
A secretaria conta com uma frota de sete caminhões caçamba, duas retroescavadeiras novas, três retroescavadeiras antigas, uma patrol, um trator de esteira e três tratores agrícolas, que foram transformados em niveladoras de estradas vicinais.
A administração do distrito de Campo do Coelho e a Subprefeitura de São Pedro da Serra e Lumiar têm recebido a ajuda na recuperação de vias de acesso a pequenas propriedades e estradas vicinais através das máquinas que compõem a frota.
O objetivo é que, até o final de 2015, a secretaria possa contar com uma patrulha mecanizada completa, suficientes para atender toda a demanda.
Secretaria de Agricultura alerta para a vacinação contra raiva em bovinos e equinos
A Prefeitura de Nova Friburgo, através da Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural, chama a atenção de criadores para o risco de infecção dos animais com a raiva, doença causada por um vírus que pode ser transmitida para o homem. Alguns casos foram registrados em Nova Friburgo, assim como em Bom Jardim. Por isso, a Secretaria de Agricultura enfatiza a importância da vacinação anual contra a doença, que deve ser feita em cães e gatos, mas, também, em cavalos, bovinos, etc.
No meio rural, a raiva acomete, em sua grande maioria, os bovinos e é transmitida, principalmente, pelos morcegos hematófagos, que vivem em cavernas. Diante do perigo iminente, o médico veterinário Luiz Fernando Bonin Freitas, da Secretaria Municipal de Agricultura e Desenvolvimento Rural, alerta: “Nova Friburgo é uma região com muitas pedreiras e esses locais acabam sendo ideais para os morcegos viverem. Por isso, os criadores devem manter os animais imunizados. Sem a vacinação, os animais podem pegar a doença e expor outros animais, e até mesmo pessoas, ao risco de contaminação”, disse.
Além da vacinação, algumas medidas devem ser tomadas no combate à raiva. Entre elas, é de extrema importância que o criador entre em contato com o Núcleo de Defesa Sanitária Animal de Nova Friburgo (NDA-NF), caso observe algum sintoma da doença em seu animal (agitação, agressividade, salivação abundante, falta de apetite, andar cambaleante, tremor muscular e paralisia).
O criador não deve, em hipótese alguma, tentar cuidar do animal. O médico veterinário deve ser acionado imediatamente, caso sejam identificados alguns desses sintomas.
Outra medida importante é a divulgação da vacinação contra raiva no meio rural, pois esta vacina é muito associada a campanhas voltadas para cães e gatos. Associações de produtores rurais podem auxiliar neste sentido, falando do assunto durante reuniões com a comunidade para incentivar a vacinação em cavalos, bovinos, caprinos e ovinos (carneiros).
Conab analisa cenários para a próxima safra
Trazer um possível cenário para a próxima safra brasileira. Este é um dos objetivos do Seminário sobre Perspectivas para a Agropecuária na Safra 2014/2015, que acontece em setembro. A abertura contará com a presença do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rubens Rodrigues dos Santos; do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Seneri Paludo; e do diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, João Marcelo Intini.
O escopo do seminário é mostrar um panorama da próxima safra brasileira, com indicativos de preço, área a ser plantada e produção, além do cenário econômico para as principais culturas, auxiliando o agricultor na escolha dos investimentos no setor.
Na ocasião, serão realizadas palestras tratando temas como os cenários macroeconômicos que envolvem o setor, as perspectivas climáticas, além de painéis onde serão abordados os produtos para ração e carne, como soja e milho; alimentos básicos, como arroz e feijão; entre outros, como algodão, café, cana-de-açúcar e cacau. Também haverá espaço para debater questões a respeito do Produto Interno Bruto (PIB) e inflação no país.
Para participar, é preciso fazer uma inscrição prévia disponível no site da Conab – www.conab.gov.br. Os estudos apresentados serão publicados na página oficial da companhia na internet, após a realização do evento.
Oficina promove manejo agroecológico de pragas e doenças
O Programa Rio Rural promoveu, nos dias 14 e 15 de agosto, uma oficina de manejo agroecológico de pragas para agricultores da Região Noroeste Fluminense. A atividade reuniu, em Santo Antônio de Pádua, produtores rurais e técnicos que apoiam a adoção de sistemas agroecológicos e orgânicos de produção. Durante os dois dias, 46 participantes aprenderam a produzir caldas com propriedades repelentes, inseticidas ou fungicidas, feitas à base de ingredientes naturais, permitidos na produção orgânica.
Na abertura da oficina, o pesquisador da Pesagro-Rio, Luiz Augusto de Aguiar, introduziu conceitos relacionados ao manejo agroecológico de pragas. Logo em seguida, os participantes aprenderam com a pesquisadora da empresa, Maria do Carmo, a fazer diluições homeopáticas para uso na lavoura, usando como base álcool e os próprios insetos que atacam as plantações.
De acordo com a consultora do Rio Rural, Ana Paula Pegorer, as técnicas apresentadas contribuem para a obtenção de melhores resultados nos sistemas de produção e devem ser experimentadas e adaptadas de acordo com as necessidades de cada agricultor. “Os produtos fitossanitários são muito bons e devem acompanhar outras práticas que mantêm todo o sistema em equilíbrio, como manter a matéria orgânica e cobertura do solo”, esclareceu a articuladora da rede de pesquisa.
Ana Paula Pegorer ensinou, junto com o também consultor do programa, Eiser Felippe, duas receitas de produtos fermentados de base vegetal ou repelentes para controle de pragas, utilizando ingredientes como melado, cachaça, inoculantes e plantas que possuem substâncias alcaloides, como a pita.
A engenheira agrônoma do Ministério da Agricultura, Ailena Sudo Salgado, forneceu informações sobre o uso de produtos fitossanitários. Ela disse que o ministério relaciona em seu site as substâncias e produtos de uso comercial aprovados para uso na agricultura orgânica. “É preciso também que o produtor observe as práticas proibidas, como uso de transgênicos, irradiações ionizantes, reguladores sintéticos de crescimento, agrotóxicos ou insumos que possam causar mutações carcinogênicas”, orientou.
A oficina de manejo de pragas e doenças é parte da formação agroecológica da Rede de Pesquisa, Inovação, Tecnologia, Serviços e Desenvolvimento Sustentável, que envolve instituições públicas de ensino, pesquisa e extensão rural, além de associações de produtores rurais.
Nova Friburgo recebe projeto de logística reversa
No mês em que a Política Nacional de Resíduos Sólidos entra em vigor, meio ambiente e beleza se tornam aliados no município de Nova Friburgo. O projeto Beleza Eco, desenvolvido por membros do Fórum da Agenda 21 na cidade e empresários locais, consiste em receber toda e qualquer embalagem de cosmético descartada no distrito de Conselheiro Paulino. Após a coleta, as embalagens são enviadas à Cooperativa de Catadores de Nova Friburgo, responsável pelo envio do material recolhido às indústrias de plástico da região, para que, no futuro, se transformem em novas embalagens.
O projeto, ainda em fase inicial, pretende recolher embalagens plásticas da linha de cosméticos, perfumaria e salão, sejam elas de uso doméstico ou profissional (xampu, condicionadores, máscaras de hidratação, creme de pentear e maquiagens diversas). Alex Santos, empresário, membro do Fórum da Agenda 21 e idealizador da iniciativa, diz acreditar que, além de preservar o meio ambiente local, o projeto tem grandes chances de se espalhar pela cidade, e conta com o fórum local como forte parceiro na propagação da coleta de cosméticos.