O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, defendeu que as eleições municipais deste ano sejam adiadas para que ações “políticas” não prejudiquem as medidas que estão sendo adotadas para o enfrentamento da epidemia de coronavírus no Brasil.
Em teleconferência com prefeitos de capitais, ele também informou que está sendo estudada a possibilidade de antecipar a formatura de estudantes de medicina para permitir que eles ajudem no tratamento aos doentes durante a crise.
“Eu faço até uma sugestão para vocês discutirem. Está na hora de olhar e falar assim: ó, adia, faz um mandato tampão desses vereadores, desses prefeitos. Eleição no meio do ano é uma tragédia, vai todo mundo querer fazer ação política”, disse Mandetta.
Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, discordou da necessidade imediata de se discutir o adiamento das eleições municipais, agendadas para outubro. Para ele, o debate deve ser para depois, ante a necessidade de enfrentamento da pandemia da covid-19 e da consequente crise sanitária e econômica no País.
O presidente da Câmara afirmou que entende que não haverá necessidade de adiar o pleito de prefeitos e vereadores, caso as projeções de seu correligionário, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, estejam corretas. O ministro previu um aumento das infecções em abril, maio e junho, seguido de estabilização em julho e agosto e decréscimo da curva em setembro.
“Se a projeção na curva de contaminação do ministro Mandetta estiver certa, não haverá necessidade de adiar a eleição”, avaliou Maia.
O deputado ainda lembrou que o ministro Luís Roberto Barroso, que será presidente do Tribunal Superior Eleitoral a partir de maio, se manifestou contrário à ideia.