Na próxima terça-feira, dia 9 de março, o município de Cantagalo completa 207 anos de história. A cidade, que é conhecida como a “Terra de Euclides da Cunha” possui diversos atrativos históricos e encanta pelas suas belezas naturais. Localizada a 200 km da capital, é também um destino de muita paz e sossego na região serrana do Rio. Amada por moradores e visitantes, quem a conhece sempre volta.
História
O município de Cantagalo foi habitado inicialmente por índios Coroados e Goitacazes até 1855. O seu povoamento começou a se destacar em meados do século XVIII, devido à febre do ouro que atraía aventureiros para a região. Esse fato, inclusive, foi um dos motivos que trouxe para a cidade o famoso português Manuel Henriques, também chamado de “Mão de Luva”. Na época, o bandoleiro deixou as terras de Minas Gerais com o seu bando a fim de se beneficiar da mineração clandestina na região. A ideia, que era completamente ilegal frente as leis da Coroa Portuguesa, deu início a uma perseguição.
A prisão de Mão de Luva e de mais aventureiros ocorreu em 1786, motivada por uma condição curiosa, a qual tradicionalmente teria dado origem ao nome de Cantagalo. Após inúmeras buscas pelos ladrões, sem sucesso, os agentes do Governo se preparavam para retroceder, quando ouviram o cantar de um galo. Seguindo o som do animal e retomando a perseguição, os guardas encontraram um dos companheiros de Mão de Luva, que entregou todo o bando. Mesmo o conto sendo de origem curiosa, o fato é que a região onde o bandoleiro foi preso, passou a ser chamada de Cantagalo.
Embora a extração de ouro tenha sido um dos motivos importantes para o surgimento da cidade e sejam pitorescas as suas histórias, Cantagalo também recebeu boa parte da população escrava que foi introduzida pelos colonos. O desenvolvimento do município também ocorreu por mãos calejadas que formaram o seu patrimônio social e econômico. Foi devido ao elemento negro que plantações de cafe, milho e cana-de-açúcar, por exemplo, ganharam muito destaque na região centro-fluminense da época.
Por fim, o município de Cantagalo foi criado por força de Alvará no dia 9 de março de 1814. A sede foi desmembrada das antigas vilas de Santo Antônio de Sá (onde hoje é Cachoeiras de Macacu) e da região de Campos. Por meio do Decreto Provincial de número 965, de 2 de outubro de 1857, a “Vila de Cantagalo” passou também a ser elevada à categoria de cidade.
O município hoje
Atualmente, Cantagalo tem uma população estimada pelo IBGE de 20.168 habitantes (sendo aproximadamente 15.900 eleitores). Com o gentílico de cantagalense, o município é composto pelos distritos da sede, Santa Rita da Floresta, São Sebastião do Paraíba, Euclidelândia e Boa Sorte. Sua economia é baseada, principalmente, na Indústria, onde o setor cimenteiro se destaca. Além disso, a pecuária e a agricultura também têm grande papel na geração de renda da cidade.
Entre os seus atrativos turísticos se destacam o Santuário Diocesano do Santíssimo Sacramento, o Palacete do Gavião, a Praça João XXIII e a Fazenda São Clemente, em Boa Sorte. Além deles, a Casa de Euclides da Cunha é um espaço bastante conhecido, sendo dedicado ao escritor do famoso livro “Os Sertões”, nascido no município.
Após as eleições de 2020, Guga de Paula (PP) se reelegeu como prefeito e assumiu o seu quarto mandato na cidade. O município também elegeu a primeira vice-prefeita mulher, Emanuela Teixeira Silva (Patriota). Hoje, ocupam o cargo de Juiz da Comarca, Márcio Barenco Correa de Mello e o Presidente da Câmara, o vereador Paulo Henrique Ferreira (PP). Além dele, a cidade elegeu mais 10 vereadores, são eles: Zé da Uta (PSL); Ciro Fernandes (PSD); Serginho Campanate (PSD); Ozéas (PROS); Graziel Quindeler (PP); Ademir Mikim (PP); Aline Bernal (PP); Matheus Arruda (PP); Tadeu Leite (Patriota) e Ocimar Pulunga (Patriota).