Agentes vêm ao Rio de Janeiro acompanhar ações para implementar em seus estados
A Operação Lei Seca, lançada há três anos pelo Governo do Estado para combater a mistura de álcool e direção, tornou-se referência nacional. Até agora, comitivas de 13 estados brasileiros já vieram ao Rio de Janeiro para conhecer os aspectos operacionais, administrativos e logísticos da ação. Operações semelhantes já foram implementadas pelos governos de Pernambuco, Rio Grande do Sul, Goiás, Minas Gerais e Rondônia. Outros oito estados estudam formas de replicar o programa do Governo do Rio.
Desde o seu lançamento no Rio de Janeiro, em 19 de março de 2009, a Operação Lei Seca realizou 4.248 blitzes e fez 703.531 abordagens a motoristas (dados até 19 de março deste ano), reduzindo o número de mortes e de acidentes no trânsito, principalmente entre 22h e 6h, horário em que as blitzes são realizadas. Outro reflexo foi a queda nos atendimentos a vítimas de acidentes nos hospitais que ficam próximos a regiões com grande fluxo de veículos.
– A experiência adquirida ao longo desses três anos permitiu o nosso aprimoramento. Crescemos e evoluímos muito. As ações de fiscalização hoje têm um impacto grande na população e o número de motoristas flagrados sob influência de álcool diminuiu consideravelmente, cerca de 30% – afirma o coordenador da operação, major Marco Andrade.
A política governamental também inclui ações de conscientização que contam com a participação de cadeirantes. Em bares e portas de casas noturnas, eles distribuem panfletos sobre os perigos de beber ao dirigir e conversam com a população sobre as suas experiências pessoais no trânsito. Atualmente, 30 cadeirantes participam da ação permanente.
Conscientização – Com uma proposta muito similar à desenvolvida no estado do Rio de Janeiro, o governo do Rio Grande do Sul criou o Balada Segura que, já no primeiro ano de funcionamento, reduziu de 40% para 27% o número de vítimas fatais associadas à mistura de álcool e direção.
– O que mais nos chamou a atenção e fez com que nos espelhássemos no trabalho fluminense foi a abordagem dos agentes, feita de forma educada, e o alto grau de comprometimento da equipe com o projeto – diz o diretor-presidente do Detran-RS, Alessandro Barcellos.
Para o secretário municipal de Defesa Social de Goiânia, Allen Viana, que fez parte da delegação que veio ao Rio, o modelo fluminense teve sucesso porque foi muito bem formulado e as ações não acontecem esporadicamente. Chamada de Balada Responsável, a operação goiana foi iniciada em setembro de 2011.
– Para nós, foi uma grata surpresa perceber que havia uma integração verdadeira entre os órgãos e que a ação era realizada todos os dias. Já estamos conseguindo bons resultados aqui. As pessoas estão muito mais conscientes – afirma.
Interiorização – Este mês, mais 50 agentes vão ser incorporados à Operação Lei Seca, totalizando 14 equipes e 250 pessoas envolvidas nas blitzes e nas ações educativas. A operação também chegará ao interior do estado do Rio com mais regularidade. “O interior também precisa desta atenção” explica o major Marco Andrade.
Exportação – Pernambuco importou todo o conceito da ação fluminense. Igual no nome, nos uniformes e nos balões, a Operação Lei Seca implementada no estado nordestino tem como objetivo repetir, principalmente, os bons resultados conquistados pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro.
– O que é bom deve ser copiado, e foi isso que fizemos. Além dos números motivadores que verificamos, percebemos também mudanças no comportamento das pessoas. No Carnaval, no Galo da Madrugada, por exemplo, cerca de 90% dos condutores estavam sóbrios e adotaram a ideia do amigo da vez – anunciou o coordenador executivo da operação Lei Seca pernambucana, major André Pessoa Cavalcanti.
Segundo ele, em dezembro de 2011, primeiro mês da ação no estado, houve redução do número de vítimas de acidentes de trânsito nas duas principais emergências de Recife, os hospitais da Restauração (25%) e Getúlio Vargas (60%).
Números – A Operação Lei Seca é uma campanha educativa e de fiscalização, de caráter permanente, que abrange os bairros da capital e municípios da Região Metropolitana e da Baixada Fluminense. Desde o início da operação, em 19 de março de 2009, os agentes da Operação Lei Seca abordaram 703.531 motoristas. Desses, 129.299 foram multados, 31.126 veículos foram rebocados e 56.922 motoristas tiveram a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) recolhida. Os agentes realizaram 632.380 testes com o etilômetro. Totalizando, 5.409 condutores que sofreram sanções administrativas e 1.989 criminais.