É possível ativar em sete dias 1.350 leitos para o coronavírus na rede pública de Saúde do Rio, sendo 470 de CTI e 880 de enfermaria. Todos eles criados a partir do remanejamento e ativação de leitos já existentes em hospitais federais, estaduais e municipais, já equipados e, em sua maior parte, com equipe médica disponível.
O plano para que isso aconteça foi apresentado para os três chefes de poderes do estado em vídeo-conferência no dia 4 de maio, pelo presidente da Comissão Externa para o Coronavírus da Câmara, deputado Luiz Antonio Teixeira, conhecido como Dr. Luizinho (PP-RJ).
Médico ortopedista e secretário estadual de Saúde entre 2016-2018, Dr. Luizinho foi convidado a participar do encontro virtual promovido pelo procurador-geral do Estado, Eduardo Gussen. Estavam presentes, além de Gussen, o governador Wilson Wizel; o presidente da Alerj, Andre Ceciliano; a presidente do TCE, Mariana Montebello; os secretários estadual e municipal de Saúde, Edmar Santos e Bia Bush, além de promotores públicos do estado e do município, entre outros.
O deputado, que acredita que hospitais de campanha não vão resolver sozinhos a carência de vagas para Covid-19 no estado – “Faltam médicos e equipamentos no mundo todo, aqui não será diferente” – deu uma série de sugestões. Entre elas, entregar a administração do Hospital Geral de Bonsucesso (80 leitos equipados com respiradores, mas sem pessoal para operá-los) para a Fiocruz, que já está fazendo processo seletivo para contratação de pessoal pela Fiotec. Ele sugere também transferir todos os pacientes que estão no INTO – Instituto de Traumatologia e Ortopedia – para o hospital da Lagoa para que o INTO seja exclusivo para pacientes com Covid. Só aí, já seriam 100 leitos a mais de UTI e 250 de enfermaria. Dr. Luizinho pretende apresentar a proposta relativa aos hospitais federais ao ministro Nelson Teich nesta quarta-feira, dia 6, quando o ministro virá ao Rio.
O Plano prevê, ainda, a contratação de leitos privados da rede, incluindo a rede conveniada do SUS. A medida impactaria na abertura de mais 900 novos leitos no Estado, segundo o deputado: 300 de UTI, 300 de terapia semi-intensiva e 300 de enfermaria. Isso seria feito numa segunda fase, através de um chamamento público em 30 dias. Os leitos seriam contratados por diárias que variariam de R$ 3.500, no caso das UTIs; R$ 1.750 para as unidades de semi-intensiva e a R$ 870 para a as enfermarias. O custo disso, ao fim de três meses, seria de R$ 163,3 milhões, abaixo da média que vem sendo gasta com hospitais de campanha.