Rio Paraíba está cada vez com menor volume de água

Nível pode ser o mais baixo da história

O Rio Paraíba do Sul, que abastece cidades do Norte, Noroeste e Centro-Norte Fluminense, esteve com o menor nível da história, com 4,60m. Este nível foi registrado no dia 11 de setembro, mas, um mês depois, acredita-se que ele possa estar ainda mais baixo devido à falta das chuva nos últimos 10 meses.

Andar pelo Rio Paraíba do Sul em alguns trechos era impossível há cerca de um ano e meio, mas, devido à estiagem e ao assoreamento do rio, a área está cheia de bolsões de areia e já é possível chegar ao meio do rio. Na cidade de Itaocara, no Noroeste do estado, onde o Paraíba do Sul passa próximo, dá para perceber a redução da água, pois as pedras e o fundo do rio são visíveis.

A situação do Rio Paraíba do Sul ainda é considerada preocupante. O problema começou no dia 1° de setembro, após a publicação da Resolução nº 1.309, da Agência Nacional de Águas (ANA), que reduziu a vazão do Rio Paraíba do Sul na Barragem de Santa Cecília, em Barra do Piraí.

Em Campos dos Goytacazes, no Norte do estado, o nível do Rio Paraíba do Sul continua muito baixo. Segundo o subsecretário municipal de Defesa Civil, major Edison Pessanha, a cota registrada foi a mais baixa desde 1922. “Temos, desde essa data, todos os registros da ANA e não houve nenhuma cota menor até então”, disse o secretário.

O subsecretário explicou, ainda, que precisa chover nas cabeceiras do Paraíba do Sul, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, para a cota aumentar.

Relatório finalizado em março pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostra que a Bacia do Rio Paraíba do Sul atravessa uma crise de estiagem que pode deixá-la com apenas 1,8% da capacidade já em novembro. O nível seria o mais baixo da história dos reservatórios que abastecem a região do Vale do Paraíba e 80% do estado do Rio de Janeiro.

O cenário é resultado de uma simulação feita pelo ONS com base na pior seca registrada na região, em 1955, e na vazão de 190 mil litros por segundo, que podem ser bombeados em uma usina em Barra do Piraí, no Sul do estado, para geração de energia e abastecimento do Rio.

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